Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2017
“Atualmente, quem empreende no Brasil é herói”, pontua Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-RS (Federação do Comércio, Bens e Serviços do Estado), que apesar de acreditar em uma melhora na economia, visualiza lentidão no setor de serviços. Segundo ele, os trimestres de 2017 serviram para acabar com a recessão, conter a inflação e inserir o mercado de trabalho em fase de resgate. Bohn apresentou seu ponto de vista perante o momento atual do Brasil durante coletiva de final de ano, nesta terça-feira (12), na sede da Federação em Porto Alegre.
“Com a crise, o fim virou meio”, destaca o presidente da Fecomércio-RS, afirmando a fragilidade do governo do Rio Grande do Sul em desempenhar papéis importantes para o cenário vivido neste ano. Para Bohn, as eleições 2018 devem auxiliar no resgate das características que o País tinha até 2014, “pois, nos anos seguintes, a economia foi caindo junto com o PIB (Produto Interno Bruto)”. O Brasil já soma oito trimestres seguidos de recessão. “Precisamos ficar novamente entre as quatro economias do mundo e estar preparados para receber investimentos”, acrescenta.
Com as perspectivas anunciadas pelo economista do Sistema Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, Bohn conclui que o País já está deixando a crise pra trás. O PIB, que no primeiro trimestre de 2017 era 0%, subiu para 0,4% até alcançar 1,4% no final do ano. “Começamos a melhorar, mas não o suficiente para as empresas sentirem na conta bancária e os cidadãos no bolso”, destaca Bohn.
De acordo com Portugal, os trabalhadores desempregados deverão ser os últimos a sentir uma melhora. A taxa de desempego em 2017 foi a maior dos últimos tempos para o economista. “Antes da crise se instalar, era de 6% e chegou a 14%”, afirma. Com a pequena melhoria nos setores, hoje essa classe totaliza 12 milhões de pessoas que procuram emprego no Brasil.
Em 2018, a perspectiva é de que o PIB brasileiro alcance um crescimento de 2,8% e, no RS, fique em torno de 1,9%. O setor de comércios e serviços devem atingir percentuais de 3 e 2,5%, respectivamente. Já a inflação deve ficar em 4,6%, que ainda em 2017 obteve queda expressiva, chegando a 2,5%. “Neste ano, o que ajudou a puxar a economia do fundo do poço foi o setor de alimentos, graças a supersafra e, no ano que vem, o consumo deverá ser o grande responsável pela alavancada”, conta Portugal.
Os fatores citados na coletiva, finaliza Bohn, confirmam então o processo de recuperação do País, mesmo que lenta. O Sistema Fecomércio -RS é responsável por qualificar pessoas através do SENAC-RS e disponibilizar lazer com o SESC-RS a mais de 497 municípios gaúchos. (Marysol Cooper/ O Sul)