Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 29 de abril de 2020
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, elogiou a escolha de Alexandre Ramagem para a direção-geral da PF, que a entidade considera “perfeitamente qualificado para o cargo e tem o respeito da categoria”, e demoliu a fantasia de muitos políticos e jornalistas hostis ao governo: “até agora, não houve interferências nas investigações em andamento”, garante. Porque seria crime, sem chance de não ser levado a termo, denunciado à Justiça.
Prerrogativa presidencial
Boudens lembrou que nomear diretor da PF é prerrogativa do presidente e lei não fala em “mandato” e nem o obriga a explicar essa escolha.
Por que não denunciou?
Para Boudens, se havia “interferência”, o então ministro Sergio Moro tinha o dever de denunciar no ato, sob pena de crime de prevaricação.
Reação corporativista
A Fenapef lamentou que várias críticas a Ramagem sejam de setores meramente corporativistas que desprezam os interesses nacionais.
Corporativismo
A Fenapef tem histórico de divergências com a entidade dos delegados, cujas questões corporativistas são motivo de críticas dos agentes.
Mandetta previu ‘colapso’ no fim de abril. Errou
Em sua coletiva de imprensa de 20 de março, o ex-ministro da Saúde Luiz Mandetta conquistou as manchetes dos veículos de comunicação do Brasil (e alguns do exterior) prevendo que “em final de abril nosso sistema [de saúde] entra em colapso”, garantiu o ex-deputado federal. Segundo o boletim do Ministério da Saúde desta terça-feira (28), o Brasil ultrapassou ontem a marca de 5 mil óbitos em 71 mil casos.
Pessimismo contagia
Mandetta previu aumento rápido de casos em março, e que só haveria desaceleração em junho e redução em agosto.
Conta semanal
Segundo dados da Saúde, óbitos e casos confirmados do coronavírus cresceram até a 17ª semana epidemiológica. Na 18ª, caíram.
País heterodoxo
São Paulo, Rio, Recife, Fortaleza e Manaus são as que “mais chamam atenção”, diz Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde.
Mascarado
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, usa máscara, durante sessões virtuais, mas é um indisciplinado. Prefere usar a máscara para encobrir a papada, sobre o queixo, contrariando as recomendações sanitárias.
O foco é Bolsonaro
Ao mandar abrir inquérito para investigar supostos crimes denunciados pelo ex-ministro da Justiça, o ministro do STF Celso de Mello cita Sérgio Moro seis vezes. Já o presidente Bolsonaro, que detesta, mais de 30.
Em 12 de junho, acaba
Pesquisa de Singapura fez sucesso nas redes ao prever o fim do surto de Covid-19. O estudo diz que 99% da pandemia terá passado até 12 de junho no Brasil. No mundo, 16 de junho. Aqui, 100% só em 23 de agosto.
Piantella acabou
Mais tradicional restaurante de Brasília, o Piantella fechou as portas de vez. Suas mesas foram espaço de articulações e conchavos que criaram e resolveram muitas crises políticas, mas não resistiu ao coronavírus.
Fake news reiterada
Veículos apressados citam 474 óbitos “novo recorde em 24h”. Ignoram que são somadas ao total as mortes que só foram associadas ao Covid-19 naquele dia. No Brasil, o pior número foi de 175 óbitos em um dia.
Expectativa positiva
Frank Marcio de Oliveira, que deve assumir a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é tido como “bom profissional, calmo, que sabe escolher equipe”, segundo fonte o órgão. Cansados de diretores que não são da carreira, os servidores gostaram da escolha.
Notícia boa
Quando o número total de casos de coronavírus atingiu 1 milhão, o número de curados era de 210 mil. O número de infectados triplicou entre 2 e 28 de abril, mas os curados quase multiplicaram por cinco.
Como deve ser
A federação dos policiais rodoviários federais não entrou em embate político, desejou sucesso ao ministro André Mendonça (Justiça) e disse que os agentes estão à disposição para atuar contra a criminalidade.
Pensando bem…
…depois de isolamento, há reaproximação.
PODER SEM PUDOR
Ministro só com telex
Eduardo Portela era ministro da Educação, no governo João Figueiredo. Ele foi obrigado a pernoitar em São Paulo: o mau tempo fechou o aeroporto. Foi direto para o hotel Maksoud e, na recepção, o empregado português exigiu pagamento antecipado da diária. Mas não aceitou seu cheque, de Brasília. Um primo de Portela, Valdir Luciano, cochichou: “Esse é o ministro da Educação, Eduardo Portela”.
“Não é, não” cortou o empregado do hotel, para explicar cartesianamente, “se fosse, teria vindo um telex de Brasília fazendo reserva. Toda vez que vem ministro pra cá, vem telex. Não tem telex, então ele não é ministro”.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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