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Felipão fala em despedida após classificação do Athletico Paranaense na Libertadores

O técnico do penta dá sinal verde para estrangeiros. "Só nós brasileiros somos bons para a Seleção? Não", disse Felipão. (Foto: José Tramontin/Athletico-PR)

O técnico Felipão está de novo na semifinal da Libertadores, agora com o Athletico, que eliminou o Estudiantes com uma vitória por 1 a 0, em La Plata, na noite da última quinta-feira (11). É a sexta vez que o treinador é semifinalista da principal competição sul-americana.

Foram duas com o Grêmio (1995 e 1996) e três com o Palmeiras (1999, 2000 e 2018). Ganhou dois títulos, um com cada time (1995 e 1999), e ainda foi vice com o Palmeiras, em 2000.

Apesar de toda a bagagem, Felipão viu de forma especial a classificação do Furacão e apontou esse como um dos principais momentos na carreira. O Athletico venceu com gol de Vitor Roque, aos 50 minutos do segundo tempo, e pega agora o Palmeiras nas semifinais.

“Para mim, que já tenho a minha ida terminada no fim do ano praticamente, digo que foi uma das vitórias mais emblemáticas de toda a minha carreira. Muito contente, muito satisfeito em terminar como a gente está terminando. É muito bom, só tenho a agradecer esse pessoal”, disse em entrevista coletiva.

“É um dia especial para mim. Ao final de uma carreira eu estou levando junto com esse pessoal o Athletico para uma posição que me foi solicitada pelo presidente, sonhando com isso. O sonho deles continuará através dessa classificação na Libertadores”, comemorou.

Aos 73 anos, Felipão usou um tom de “despedida” durante quase toda a entrevista. Contratado pelo Athletico para exercer a função de diretor técnico, ele deve ficar como treinador até o fim do ano, passando depois para novo cargo. Porém, até mesmo essa permanência como dirigente ele deixou em aberto:

“O que vou dizer: dificilmente vou continuar. Se eu conseguir mais algum título com esse grupo, e nós vamos conseguir, está na hora de terminar também. A família está pedindo isso. Acho também que, com 73, 74 no fim do ano, não é que pese, mas deixa a gente cansado demais naquele banco, brigando com esse pessoal”, disse o treinador.

“Acredito eu que, 95%, termino no fim do ano. A gente coloca alguém da comissão como técnico e vai ficar por fora, se continuar. Não sei se minha família vai ainda deixar. Vontade a gente tem, mas pensa sobre isso”, completou.

Carreira

Felipão começou sua carreira futebolística aos 17 anos, jogando nos juvenis do Aimoré, de São Leopoldo. Seu interesse pelo futebol ocorreu por influência de seu pai, Benjamin Scolari, que, na sua época, também havia atuado como zagueiro no sul do Brasil.

Apesar de não ser reconhecido como um jogador habilidoso, destacou-se pelo seu estilo aguerrido e de liderança, muitas vezes sendo capitão nas equipes por onde passou. Depois do Aimoré, transferiu-se para o Caxias, onde jogou por sete anos.

Depois disso, passou ainda por Juventude, Novo Hamburgo e CSA — neste último, conquistou seu primeiro título como treinador: o Campeonato Alagoano de 1982.

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