Domingo, 13 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Infelizmente a violência contra a mulher no Brasil é uma prática antiga e que segue muito atual, entre outros motivos é consequência de profundas raízes dos 400 anos de escravidão, machismo, patriarcado, racismo e desigualdades sociais em nosso País.
Feminicídio indireto é quando um homem mata os filhos para atingir a companheira! Um ato desumano e irracional!
Essa prática segue fazendo estragos na sociedade atual, pois uma parte dos homens ainda pensam serem donos das mulheres, entendem, em suas visões tortuosas, terem poderes sobre a vida, o futuro e a morte de “suas mulheres.”
Estamos vivenciando diariamente o resultado desse entendimento machista e distorcido da realidade, os números de assassinatos de mulheres, também chamados de “feminicídio”, crescem a cada dia. As estatísticas revelam que a cada 6 horas uma mulher morre vítima de feminicídio no Brasil.
No momento em que esses homens sentem-se rejeitados, principalmente ao fim de um relacionamento, partem para a agressão, em muitos casos, a morte da mulher é iminente!
O senso de vingança pela pseudo humilhação sofrida, conforme o pensamento delirante desses crápulas, é tão grande e descabido, que os mesmos não refletem sobre as consequências, nem mesmo sobre a prisão que os aguarda, é aterrador ver que nada para um transtornado desses, até que cumpra o seu objetivo final.
O mais triste de tudo é que o crime vai mudando o seu próprio “modus operandi”, pois conforme a raiva e o desejo doentio de vingança, em vários casos, o ataque não é “apenas” contra a vida da mulher, mas contra a vida de alguém mais valioso para essa mulher, os seus filhos! Sabemos que a vida dos filhos para uma mãe é muito mais valiosa que a sua própria vida e o agressor também sabe disso!
Pasmem, mas há muitos homens atentando contra a vida das crianças, para vingar-se com requintes de crueldade das ex-companheiras.
Nas últimas semanas, em São Gabriel (RS), uma “besta” chamado de pai, sufocou o filho e o jogou para a morte de cima de uma ponte, para vingar-se da ex-companheira e, após, com uma maldade extrema, enviou-lhe uma mensagem eletrônica comentando o fato e regozijando-se de satisfação pela vingança!
Em outro caso, dois gêmeos morreram quando o carro em que estavam foi jogado contra um caminhão, em São Vendelino, na Serra gaúcha, segundo a polícia, o acidente foi provocado intencionalmente pelo pai, que também perdeu a vida, a intenção era, indiretamente, atacar e vingar-se da mãe. Esses são apenas alguns exemplos, mas há outros e outros, todos os dias, em todo o País!
Que monstros são esses?
Que “ser humano” é esse capaz de fazer tamanha crueldade contra o próprio filho, para vingar-se da ex-companheira?
Que senso de propriedade e vingança é esse que lhe tira o raciocínio, o coração e o amor pelo próprio filho e lhe concede o direito de matar a criança para vingar-se?
Será que trata-se de psicopatia?
O mais triste disso é que não, não é um psicopata, é “apenas” um homem embebido no machismo estrutural e social que acometeu e acomete o Brasil, desde o escravismo até os dias atuais.
Tantas perguntas, mas não temos todas as respostas! O ser humano é indecifrável e irremediável! Conforme o filósofo inglês Thomas Hobbes: “o homem é o lobo do próprio homem”.
Somente a educação familiar e a instrução escolar poderão fazer frente a esse machismo possessivo, eduque seu filho para ser um homem não machista!
Feminicídio indireto, agora os filhos também são vítimas!
A sociedade precisa refletir sobre isso!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.