Ícone do site Jornal O Sul

Fentanil: droga mata quase 300 pessoas por dia nos Estados Unidos

O opioide sintético é 50 vezes mais forte que a heroína. (Foto: Reprodução/Perfil Brasil)

Nos Estados Unidos, vem crescendo o número de mortes por overdose de fentanil, tendência que acompanha uma nova onda da epidemia de opioides que começa a se espalhar pelo País. Neste ano, pela primeira vez, as overdoses mataram mais de 100 mil pessoas em todo a nação no espaço de um único ano.

Entre esses óbitos, mais de 66% estavam ligadas ao fentanil, um opioide sintético 50 vezes mais forte que a heroína. Trata-se um produto farmacêutico que pode ser prescrito por médicos para tratar dores intensas.

A droga, contudo, também é fabricada e vendida por traficantes. A maior parte do fentanil ilegal encontrado nos EUA é traficada a partir do México e usa produtos químicos provenientes da China, de acordo com o Drug Enforcement Administration (DEA), órgão federal encarregado da repressão e do controle de narcóticos.

Em 2010, menos de 40 mil pessoas morreram por overdose de drogas em todo o país, e menos de 10% desses óbitos estavam ligados ao fentanil. Naquela época, as mortes eram causadas principalmente pelo uso de heroína ou opioides prescritos por profissionais de saúde.

Um estudo recém-publicado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) detalha essa mudança de perspectiva. O trabalho examina as tendências nas mortes por overdose no país entre 2010 e 2021, utilizando dados compilados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.

Conforme as estatísticas, o aumento das mortes relacionadas à droga foi observado pela primeira vez em 2015. Desde então, o entorpecente se espalhou pelo país e a taxa de mortalidade cresceu de forma acentuada.

Quarta onda de overdoses

Antes de chegar a esse atual cenário, os pesquisadores descrevem três ondas anteriores da crise de overdoses nos EUA. Entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, a maioria das mortes envolvendo o uso excessivo de químicos era provocada pelo consumo de opioides prescritos por profissionais de saúde.

Em 2010, a segunda onda começou a ser identificada entre os óbitos associados com usuários de drogas. Nesse momento, o país observa a ascensão do uso da heroína. A partir de 2013, as overdoses foram impulsionadas por substâncias análogas ao fentanil, obtidas de forma ilícita.

Em pouco tempo, a situação piorou, sendo que, agora, as mortes estão conectadas com a mistura do fentanil com outras substâncias. Até então, os óbitos por overdose nunca foram tão comuns.

Sair da versão mobile