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Brasil Feriado de protestos no País pelo fim da escala de trabalho 6×1

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Houve atos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belém.

Foto: Letycia Bond/Agência Brasil
Houve atos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belém. (Foto: Letycia Bond/Agência Brasil)

Manifestantes foram às ruas das capitais nesta sexta-feira (15), feriado de Proclamação da República, para pedir o fim da escala de trabalho 6×1 (seis dias de trabalho, um de descanso). Houve atos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belém.

Nas últimas semanas, o tema ganhou força nas redes sociais por iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito do Rio e tiktoker Rick Azevedo (PSOL). No Congresso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) conseguiu coletar o número de assinaturas necessário para protocolar na Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala.

O projeto propõe acabar com a jornada de 44 horas de trabalho semanais vigente há 81 anos no País, desde que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi publicada, em 1943. Em vez disso, a ideia é reduzir esse limite para 36 horas semanais.

Ao longo da semana, o VAT convocou atos em São Paulo, Brasília, Fortaleza, Vitória, Porto Alegre, Recife, Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Manaus, entre outras cidades.

Na capital paulista, manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, na manhã desta sexta-feira. Eles levavam cartazes com frases como “Quero ver minha filha crescer”, “Não tenho tempo de ir ao médico” e “Menos horas trabalhando, mais saúde mental”. Participaram do ato os deputados pelo PSOL Guilherme Boulos, que concorreu à Prefeitura de São Paulo, Erika Hilton, Sâmia Bonfim e Fernanda Melchionna.

Um dos integrantes do VAT, Washington Soares, salientou que a mobilização pela petição online começou um ano atrás, incluindo panfletagens.

Para ele, a pluralização das manifestações e adesões favoráveis, como de partidos e parlamentares, se deve por ser uma pauta que independe de posições partidárias e ideologias. “É uma pauta para todo mundo”, disse.

“Muita gente nem acreditava e, nessa semana, depois do sábado, começou. Todo mundo entrando em contato com os deputados. Não importa se é de direita, de esquerda, todo mundo trabalha. Nenhum político quer ficar queimado com a população, eles sabem o que vão ter que fazer. Querem fazer um ajuste e tal, ok, tudo bem. Vai ser muito difícil na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da Câmara dos Deputados]. Essa foi nossa primeira vitória. Não vai ser fácil, mas nunca foi. Aqui no Brasil, nunca foi. A gente tem mesmo que arrancar nossas conquistas e está muito confiante”, contou.

“Um deputado de direita disse que não é uma questão ideológica, que é uma questão do trabalhador, e é exatamente isso que a gente pensa”, acrescentou.

No Rio, a manifestação ocorreu na Cinelândia, e teve a adesão de centrais sindicais. O tema também foi debatido no G20 Social, que ocorre no Rio de Janeiro entre 14 e 16 de novembro. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, argumentou que a mudança beneficiaria as mulheres, mas classificou que o debate precisa ser mais amadurecido.

Já o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse nesta semana que o assunto ainda não foi discutido no núcleo do governo.

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