Com a chegada da menopausa, muitas mulheres precisam descobrir como atravessar uma fase completamente nova da vida, que traz sintomas e sentimentos desconhecidos para a grande maioria. Foi o que aconteceu com a apresentadora Fernanda Lima, surpreendida pela descoberta da menopausa dois anos atrás. Agora com 47 anos, ela se sente mais à vontade para falar sobre o tema – que, inclusive, a motivou a tirar do papel a ideia de ter um podcast, o Zen Vergonha. A primeira temporada, disponível nas principais plataformas de áudio, é toda focada na menopausa – “um assunto que invadiu a minha vida e mudou meu corpo, meu espírito e minha mente”, nas palavras da própria.
A cada episódio, Fernanda convida especialistas e mulheres que admira para trazer informação e pautar conversas que ela mesma gostaria de ter tido antes de passar pelo processo. A seguir, a apresentadora conta à Vogue mais detalhes sobre a nova fase.
“Quando eu estava com 45 anos, comecei a ter os primeiros sinais de que estava entrando na menopausa. Os primeiros sintomas foram calores noturnos, insônia, irritabilidade e perda de libido. Estava na cara, então não foi muito difícil de entender qual era o processo pelo qual eu estava passando. Mas foi algo inesperado, porque eu imaginei que fosse acontecer mais perto dos 50, 55. Tomei um susto, tive muitos receios, fiquei chateada, me senti sozinha e bastante desinformada sobre o assunto, então vi que precisava correr atrás para entender o que estava acontecendo e como eu iria lidar.
Foi quando mudei todos os meus hábitos. Fiz alguns ajustes na alimentação, como diminuir o carboidrato, porque ganhei peso; comecei a fazer musculação todos os dias, algo que eu só fazia eventualmente; também passei a dormir mais cedo, evitar lugares muito barulhentos e pessoas que reclamavam demais. Tudo isso me ajudou bastante a melhorar os sintomas.
Procurei algumas ginecologistas, e foi aí que eu percebi que poderia fazer um compilado de todas as informações que estava recebendo e transformar em um podcast, para que elas chegassem a mais pessoas. Também procurei uma psicóloga para me ajudar. De tempos em tempos, vou em uma endocrinologista para fazer exames hormonais e ver se está tudo bem. As ginecologistas foram especialmente essenciais nesse processo, me senti muito acolhida pelas médicas.
Acho que se eu soubesse de toda a gama de sintomas, poderia estar mais preparada para enfrentar essa fase. Também gostaria que tivessem me contado que os dois primeiros anos são muito complexos, mas que não vai ser assim para sempre. Mesmo que você permaneça com sintomas pelo resto da vida, tudo melhora depois do primeiro ano da menopausa.
O maior desafio é começar a pensar sobre o passar do tempo, o fim da juventude e um outro momento que vai chegar, mas que também pode ser muito bonito e muito respeitado se acolhido por nós mesmas. Uma coisa importante que percebi nesse processo é quão podemos esperar isso do outro, porque o outro não sabe pelo que estamos passando. Só nós sabemos. É fundamental que haja um processo de autoconhecimento, de escuta carinhosa para dentro de nós mesmas, e o entendimento de que tipo de vida vamos querer levar após esse período. E parar de fantasiar uma vida de Peter Pan, porque a realidade não é assim.”