Sexta-feira, 14 de março de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2025
Grande dama da dramaturgia nacional, Fernanda Montenegro foi ovacionada na pré-estreia do filme “Vitória”, no Teatro Municipal de São Paulo. “Na idade em que estou, posso continuar fazendo minhas leituras em palcos como estou fazendo há bastante tempo, mas o cinema pede físico e fôlego. É um momento muito especial estar nesse palco aqui agora, muito obrigada!”, afirmou.
Desde o momento em que chegou à sala de exibição, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, a artista de 95 anos foi aclamada por convidados e pelo elenco e equipe do longa-metragem. A veterana já havia sugerido, anteriormente, que esse poderia ser seu último papel no cinema.
Ao lado do diretor Andrucha Waddington e do elenco, que inclui Alan Rocha, Thawan Lucas, Laila Garin e Thelmo Fernandes, a atriz celebrou a chegada de “Vitória”, que resgata uma história real de coragem e resistência. O filme se baseia na história real de Joana da Paz, uma senhora aposentada que mora na zona sul do Rio de Janeiro e decide comprar uma câmera para flagrar uma quadrilha de traficantes que ela vê da janela de seu apartamento, chamando a atenção de um jornalista (interpretado por Alan Rocha), que começa a ajudá-la.
“Este é nosso encontro de família por opção. Estamos no filme como artistas e criadores, vocês são nossa família de opção, que veio nos dar sua presença. E acho que vai ter muito aplauso no final”, disse Fernanda Montenegro.
A atriz Fernanda Torres esteve com a mãe durante toda a noite e a ovacionou ao lado do público. A atriz que viveu Eunice Paiva também foi aplaudida e, em um momento que se afastou um pouco da veterana, foi puxada novamente por ela para serem homenageadas juntas.
Baseado na obra do jornalista Fábio Gusmão, que publicou o caso na época e escreveu o livro Dona Vitória Joana da Paz, com roteiro assinado por Paula Fiuza, o longa narra a trajetória de dona Nina, uma aposentada que, em 2005, filmou e denunciou uma quadrilha de traficantes e policiais corruptos no Rio de Janeiro.
Um papel à altura de Fernanda Montenegro, que dá vida a essa mulher forte e determinada, em mais uma atuação memorável.
Em um discurso emocionado, o diretor Andrucha Waddington dedicou o filme a duas pessoas fundamentais: Breno Silveira, cineasta que faleceu durante as filmagens do longa, e Dona Joana da Paz, cuja coragem transformou a realidade ao seu redor. O evento ainda contou com a presença de Fernanda Torres, filha de Montenegro e casada com o diretor, que assistiu emocionada ao reconhecimento do público à mãe.