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Fernando Haddad exige na Justiça que a Globo o entreviste

No Rio, ato com presença de intelectuais e artistas pela eleição de Haddad. (Foto: Ricardo Stuckert)

Na reta final para o segundo turno das eleições, a campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência tenta provocar ao menos um debate com Jair Bolsonaro (PSL). Os advogados do petista pediram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que autorize a TV Globo a transformar o embate em entrevista caso o candidato do PSL não compareça.

Segundo integrantes da campanha petista, a ideia é forçar que o adversário reveja estratégia de faltar ao confronto. A movimentação, no entanto, também é um instrumento de pressão sobre a própria emissora que já anunciou que não vai entrevistar o candidato do PT.

Resolução

O partido afirma que a Resolução nº 23.551/17, do próprio tribunal, prevê que “o horário designado para a realização de debate poderá ser destinado à entrevista de candidato, caso apenas este tenha comparecido ao evento”.

Após a desistência de Bolsonaro, a TV Globo informou que cancelou o confronto e informou que não abrirá espaço para uma entrevista ou sabatina com Fernando Haddad (PT). A emissora alegou que havia sido acertado com as equipes dos dois candidatos que esse tipo de espaço para o candidato petista não aconteceria caso Bolsonaro se recusasse a participar dos debates por problemas na saúde.

“Ainda que o presidenciável Bolsonaro não compareça à emissora no horário designado, é plenamente possível que a oportunidade seja destinada à realização de entrevista com o candidato Fernando Haddad. Os debates eleitorais são espaços-chave das campanhas eleitorais, compreendendo-se por momentos onde os candidatos debatem ideias, questionam posicionamentos e propõe soluções”, afirma o escritório Aragão e Ferraro Advogados, responsável pela defesa do PT.

A ação ressalta que “será a primeira vez desde a redemocratização que não haverá debates presidenciais no segundo turno”. “Ou seja, após o fim da censura que era imposta pelo regime militar, será esta a única oportunidade em que o eleitorado não poderá ver e ouvir os candidatos pondo em contraposição os seus projetos de país, dificultando-se a promoção de uma análise comparativa dos debates sincera”.

Segundo os advogados, “dessa maneira, o eleitorado brasileiro e, sobretudo, os eleitores ainda indecisos serão vítimas de uma completa desinformação motivada por uma estratégia de campanha”.

Nota da Globo sobre cancelamento:

“Recebemos na data de hoje (quarta-feira), último dia combinado com as campanhas dos candidatos à Presidência para confirmação do debate de sexta-feira próxima, email da campanha do candidato Jair Bolsonaro (transcrito abaixo), informando que o mesmo não poderá participar do evento, em razão de limitações de saúde.

Já o candidato do PT, Fernando Haddad, confirmou sua disposição de estar presente. Como se trata de campanha de segundo turno, obviamente não há outros candidatos para viabilizar a realização do debate.

Na reunião de elaboração das regras do evento foi acertado com as assessorias dos candidatos que, se Jair Bolsonaro não pudesse comparecer por razões de saúde, o debate não seria substituído por entrevistas”.

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