Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2016
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defendeu pela primeira vez o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em entrevista publicada no site do jornal “O Estado de São Paulo” neste sábado (19). Cardoso disse que entendia que a melhor saída para a crise política e econômica enfrentada pelo país seria a renúncia de Dilma, mas mudou de posição.
“Eu fui passo a passo. Cheguei a defender que ela tivesse um gesto de grandeza e renunciasse. Eu sempre procurei ter uma atitude serena em relação a esses processos políticos e especialmente em relação à presidente Dilma. Dificilmente você vai ver uma palavra agressiva minha em relação à presidente Dilma. Não apenas pela consideração institucional, mas também pessoal”, afirmou.
“Mas, com a incapacidade que se nota hoje de o governo funcionar, de ela resistir e fazer o governo funcionar, eu acho que agora o caminho é o impeachment. Se eu bem entendi o que as ruas gritaram, foi isso. As ruas gritaram renúncia, fim, impeachment”, disse.
O ex-presidente tucano disse que o impeachment não deverá levar a uma ruptura institucional no País. Segundo FHC, “as instituições brasileiras estão mais sólidas do que estavam no impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Não há temor de um retrocesso institucional. Tudo na política depende não apenas das circunstâncias, mas da capacidade de condução do processo”, destacou.
Sobre o fato de o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estar conduzindo o processo do impeachment ao mesmo tempo em que se defende em processos na Lava-Jato, Cardoso disse que “a legitimidade do impeachment não está vindo do Congresso hoje, está vindo da rua”. (Folhapress)