Ferrugem termina o ano de 2019 com a sensação de dever cumprido. Considerado um dos principais nomes da nova geração do samba, ele diz que o DVD “Chão de Estrelas” marca uma fase mais madura de sua carreira.
Na próxima sexta-feira (13), Ferrugem lança “Segundo Plano”, última música do DVD do artista, que fará show de lançamento do projeto no dia 21 no UnimedHall, em São Paulo. O cantor também será uma das principais atrações do Réveillon da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no qual fará a contagem regressiva.
“No DVD ‘Prazer, Eu Sou Ferrugem’ (2018), mostrei todas as minhas influências musicais e meu ídolo Péricles cantou comigo. Durante esse tempo, vim me lapidando para trazer um novo trabalho bem próprio, do jeito que eu queria fazer. Considero ‘Chão de Estrelas’ o trabalho mais maduro da minha carreira, com muita identidade”, afirma o cantor, dono dos álbuns de estúdio “Climatizar” (2015) e “Seja o Que Deus Quiser” (2017).
Há um mês, Ferrugem recebeu de sua gravadora, Warner Music, uma placa comemorativa da marca de 170 milhões de reproduções de streaming de áudio e de vídeos reproduzidos no YouTube do DVD “Chão de Estrelas”. Ele também foi o artista de samba e pagode mais ouvido no Deezer neste ano.
“Estes números são importantíssimos e me trazem a sensação de dever cumprido em relação ao DVD. Agora, a gente já pode pensar em qual será o próximo passo. Vamos gravar um single”, afirmou o cantor, que se diz bastante empenhado em pesquisar novas canções para interpretar.
Ele adianta que vem novidade por aí: “Ouço músicas inéditas o dia inteiro. A galera me manda muita coisa e já temos algumas favoritas pré-selecionadas, para escolher uma e apresentá-la após o Carnaval 2020. Vai ser o início da ponte para que possamos chegar a um novo CD ou DVD. Ainda tem alguma lenha para queimar do ‘Chão de Estrelas’”.
Foi neste ano também que o dono do hit “Pirata e Tesouro” fez sua primeira turnê internacional, nos Estados Unidos, cujo resultado lhe fez cogitar investir na carreira fora do Brasil. Ferrugem conta que esperava encontrar um público apenas brasileiro, mas se surpreendeu em uma de suas apresentações, em que americanos “embromavam” um português ao cantar suas músicas.
“Para mim foi, incrível. Isso me trouxe a esperança de de repente fazer com que meu trabalho se estenda para outros países. Recebemos mensagem de pessoas nativas do mundo inteiro. México, Espanha, França, Portugal, Estados Unidos… Gente que curte música brasileira e me tem como um artista da playlist deles.”
O cantor se mostra confiante e empolgado com a possibilidade: “Nada é impossível. O samba tem essa força, esse poder de conquistar o mundo. Se eu puder fazer um pouquinho para que isso aconteça, vou fazer”.
Inspirado na “Tardezinha”, roda de samba vespertina comandada pelo cantor Thiaguinho, que virou sucesso no País, Ferrugem também criou um projeto próprio: o “Ferrugem em Casa”, que acontece apenas em escolas de samba.
“Depois de ‘Tardezinha’, todo mundo entendeu que era interessante fazer um evento de samba com essa pegada. Eu sou o cara que não gosta de historinha, de ‘mimimi’. Todo mundo sabe que foi o Thiaguinho o criador disso, junto com o Juninho, Bruninho e a galera do escritório dele. Foi mais uma porta que ele abriu para o samba.”
O cantor, que já se apresentou com o novo projeto nas quadras cariocas da Mangueira, Beija-Flor e Mocidade e nas paulistas Rosas de Ouro e Portela, diz que se surpreendeu com a quantidade de escolas que existem por todo o Brasil e que o “Ferrugem em Casa” é um projeto que mostra o amor que ele e sua equipe têm pelo samba.
“Nós conseguimos levar essa emoção para a galera. Vemos coisas que não estamos acostumados a ver no show comum. Tem muita gente emocionada por ouvir Ferrugem, que é um artista que eles curtem, cantando uma música do Jorge Aragão, por exemplo. Levamos esse repertório bem a sério, para que não seja parecido com o nosso show de estrada que é só Ferrugem.”
Amante de eventos informais e shows menores, o cantor tem também o projeto “Ferrugem à Vontade”, que acontece apenas no Rio. É um show sem roteiro, com perfil despojado, em que canta diversos estilos musicais e chama convidados ao palco.