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Política Festa com show sertanejo e leitão assado foi palco de um “climão” e encontro inesperado em Brasília

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A festa, batizada de “Leitão no Rolete”, foi organizada pelo governo de Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação)

Uma festa com show sertanejo e leitão assado foi palco de um “climão” e um encontro inesperado em Brasília esta semana. Um grupo de ruralistas e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, estiveram no mesmo lugar na noite de um impasse sobre os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao marco temporal.

A festa, batizada de “Leitão no Rolete”, foi organizada pelo governo de Mato Grosso do Sul, pela prefeitura de São Gabriel do Oeste (MS) e pela bancada sul-mato-grossense no Congresso, coordenada pelo deputado Vander Loubet (PT-MS). O parlamentar é do partido de Lula e, ao mesmo tempo, integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Passaram por lá os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Tereza Cristina (PP-MS), dois expoentes do agronegócio no Congresso, Sonia Guajajara, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e até o embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell. Todos ouvindo o show da dupla sertaneja Brenno Reis e Marco Viola.

O encontro ocorreu logo depois da aprovação da reforma tributária no Senado. O governo fechou um acordo para aprovar a proposta e, em troca, concordou em pautar o veto de Lula ao marco temporal, causando insatisfação na base de apoio à causa indígena. A bancada do agronegócio se articula para derrubar o veto e confirmar a aprovação do projeto, que limita a demarcação de terras indígenas.

No fundo

Sonia Guajajara defende o veto e é contra a tentativa de aprovação do marco temporal, tese já rejeitada no Supremo Tribunal Federal. Ela sentou a uma mesa no fundo do salão, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), enquanto via o show e a movimentação dos ruralistas.

Com leitão assado no prato e uísque no copo, parlamentares diziam que o governo vai deixar o veto ser derrotado, e que isso faz parte de um acordo com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No começo do jantar, os ruralistas comemoravam o anúncio de que o veto seria pautado ontem, furando a fila de 33 vetos anteriores que ainda não foram analisados.

Logo depois, porém, a informação que chegou à churrasqueira foi outra: o veto presidencial será analisado daqui a duas semanas, depois do feriado da Proclamação da República, no dia 15 de novembro. Ainda assim, um prazo curto, pois há vetos de 2021 que não foram votados.

Votação

As ministras Sonia e Cida conversaram por um tempo, enquanto ruralistas do PT circulavam oferecendo uísque e chamando os convidados para a pista de dança. Na mesma hora, o plenário da Câmara votava projetos sobre serviços postais, quitação de dívidas com a Receita Federal e a criação de espaço para ciclistas em empresas. Vez ou outra, os parlamentares eram interrompidos por assessores com celulares na mão para votarem no meio da festança. O voto remoto é autorizado pela Casa.

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