Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2015
Em vez de trocar alianças, enterrá-las dentro de um pequeno caixão. Os docinhos bem-casados, obrigatórios nas festas de casamento, dão lugar aos bem-separados. Dividido ao meio, um bolo representa a separação do casal. Mas nada de tristeza: as festas de “descasamentos” – também chamadas de chás de divórcio – são feitas pelos recém-separados ou separadas para simbolizar um recomeço e anunciar que estão na pista. É um mercado que cresce a cada ano e já chegou nas principais capitais do País.
“Comecei produzindo nove festas por ano, em 2010, mas este ano já fizemos mais de 70”, explica a empresária Meg Sousa, que faz eventos desse tipo em todo Brasil, com a empresa Idealizzare, ao lado de Tatiana Bandeira.
Antes de produzir chás de divórcio, Meg fez, em 2009, sua própria festa de descasamento. Foi pioneira no Brasil e repetiu a comemoração nos dois anos seguintes. Convidado para o evento, o ex-marido preferiu não participar. Mas entre eles o clima é de paz, ela garante. “A festa é para comemorar uma nova vida, nem todo término precisa ser triste”, garante a empresária, que tem o sonho de se casar de novo.
Muitas mulheres já estão investindo em comemorações pós-divórcio. São festas com gogo boys, tequileiros e massagens só para as mulheres. “Foi um processo de libertação, que me ajudou a superar o divórcio. A festa marcou uma data, e eu entendi que tinha voltado a ser solteira”, conta uma recém-separada, que reuniu as amigas para comemorar a separação.
Sem culpa.
Idealizadora do Clube do Batom, Julia Ferrari, 24 anos, afirma que as festas de descasamento estão aumentando e as mulheres estão deixando de se sentir culpada pelo fim do relacionamento. “As mulheres estão aprendendo a comemorar a solteirice e isso aumenta a autoestima delas. Já atendemos clientes que estavam na terceira despedida de casada”, diz Julia.
Despedida em sex shop.
Acostumada a produzir despedidas de solteiras em sua sex shop, Catarina Gomes, 40 anos, notou que algumas mulheres também começaram a buscar seu espaço para comemorar o adeus ao casamento. Mas, segundo ela, há uma diferença entre os dois tipos de festas: no chá de divórcio, os presentes das amigas costumam ser mais “calientes”. “Não rola dar aquela lingerie fofinha, tem que ser uma coisa mais sexy”, diz a dona do sex shop.
Diferente da despedida de solteira, em que a sex shop não permite fotos na comemoração, na festa das descasadas os registros estão liberados.
“Se a dona estiver de acordo, nós liberamos, porque não existe a preocupação de desagradar ao noivo”, explica Catarina. Sem ajuda da madrinha de casamento, quem planeja a festa é a própria dona. Foi assim com Cristiane Ribeiro, 35 anos, que chamou as amigas para festejar em uma boate gay. “A escolha do local era para evitar cantadas baratas e curtir de verdade”, diz Cristiane. (AG)