Para sair da crise financeira, é preciso que os governantes saibam bem onde chegaram.
Sem isso, continuarão perfurando em direção ao subsolo do fundo do poço.
Minas Gerais dá o exemplo que o Rio Grande do Sul deveria seguir, lançando uma ferramenta ousada, com base em práticas modernas, que se tornou lei e quer assegurar futuro melhor. O governador Romeu Zema traz a experiência de empresário bem sucedido. Sabe que, antes de tudo, é necessária gestão pública eficiente e profissional.
Obrigará a trabalhar
O Plano de Minas prevê metas objetivas sob a responsabilidade direta dos secretários. Haverá ranking dos que apresentarem os maiores e os menores índices de eficiência, com prazo de execução.
Pondo o pé no acelerador
O Plano vai equilibrar gasto com pessoal e receita, além de digitalizar até 80 por cento dos serviços públicos. Atualmente, o índice é de 45 por cento. Mais a substituição dos antigos modelos burocráticos por uma governança voltada ao desempenho.
Será um ganho superar as condições estruturais que ao longo do tempo têm freado o desenvolvimento e a geração de empregos. Não haverá fim da crise com o atual formato.
Sem conhecimento, distorções se perpetuam
O Plano ficará completo se os resultados apurados forem divulgados em locais públicos. Não adianta comentar em salas fechadas e guardar os documentos numa gaveta. Essa tática levou os governos estaduais à falência. É preciso coragem, determinação e transparência para mostrar a fratura. Não adianta encobrir com uma cortina. Ela deve ser aberta.
Eliminar a distância
A população precisa acordar e ver que está muito distanciada do que acontece com o dinheiro dos impostos. É indispensável acompanhar o destino que toma.
Autores de gols de placa
Dois ministros entram para a História: Paulo Guedes, derrubando a taxa de juros ao patamar mais baixo, e Pedro Malan, condutor do Plano Real.
Soa o gongo
O governador de São Paulo, João Doria, sobe ao ringue para o primeiro round com Jair Bolsonaro. Ontem, o presidente lançou desafio aos governadores: zerar os tributos cobrados sobre os combustíveis.
Trata-se de missão impossível porque vai quebrar mais ainda os estados. Doria classificou como “populismo”.
O segundo round virá em seguida com a resposta de Bolsonaro. A briga interessa a Doria, que concorrerá ao Palácio do Planalto.
Humilhação continua
Germano Rigotto publicou artigo na Folha de São Paulo, a 6 de fevereiro de 2005, em que reclamou: “Precisamos de regras claras e estáveis que eliminem a obrigação imposta aos membros da Federação de buscar em Brasília, como obséquio, o que lhes é devido de direito.”
Passados 15 anos, o quadro não se moveu um centímetro. Confirma-se o antigo ditado: manda quem pode, obedece quem precisa.
Se não for agora, nunca mais
Nas caixas de e-mails de senadores e deputados federais acumulam-se mensagens de apoio ao projeto de emenda constitucional, que pretende tirar do presidente da República a exclusividade na escolha dos membros do Supremo Tribunal Federal. O texto estabelece que a Ordem dos Advogados do Brasil, a Procuradoria Geral da República e integrantes do STF indicarão lista tríplice.
Reconhecimento
O Senado e a Câmara dos Deputados, que gostam de promover sessões especiais, poderiam homenagear a Itália, onde começou a Operação Mãos Limpas e que se tornou modelo para o Brasil.
De 1992 a 1996, a partir de investigações em Milão, foram descobertas licitações irregulares e uso do poder público em benefício particular e de partidos políticos. Comprovou ainda que empresários pagavam propinas a políticos para vencer licitações de construção de ferrovias, auto-estradas, prédios públicos, estádios e obras civis.
Iniciativa ingênua
A decisão do Senado, ontem, rejeitando o impeachment, abasteceu com querosene nobre a decolagem de Donald Trump rumo à reeleição. O Partido Democrata é especialista em manobras desastradas.
Livre escolha
Haverá campanhas eleitorais para todos os gostos, incluindo o tradicional figurino da propagação de promessas ingênuas e comoventes idealismos.