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Fiéis que não deixaram de se confessar com a chegada das redes sociais contam por que ainda preferem se abrir com o padre

Explicação para manter a prática em atividade é justamente a figura do padre. Crédito: Reprodução

Blogs, redes sociais, grupos de WhatsApp ou vídeos no YouTube – não faltam opções para jovens e adultos compartilharem angústias e situações inusitadas na internet, muitas vezes de forma exagerada, expondo a própria intimidade. Por outro lado, ainda há pessoas que preferem contar seus problemas de forma muito mais privada: para o padre.

Em pleno século 21, não são raros casos de quem gosta de sentar-se em frente ao confessionário e contar não só os pecados cometidos como, também, as situações que ocorrem em suas vidas. E os jovens são craques nesse quesito. “Procuro me confessar ao menos uma vez por mês”, relata Andrew Sato, 18 anos. “Estamos sempre cometendo pecados. Para mim, a confissão não é somente um desabafo, é uma entrega, quando Jesus nos dá uma palavra.”

Pela sua idade, Sato convive diariamente com o outro oposto. “Acho triste as pessoas se exporem muito na internet, falando a todo o momento o que fazem. O vazio delas só aumenta, mas é algo comum.”

Já na visão do analista de processos Anderson Motta, 26, católico praticante, esse tipo de situação tende a se tornar cada vez mais comum. “Nos dias de hoje, é difícil de ter coragem de se abrir e se confessar”, ressalta ele, que conta os seus pecados para o padre, em média, quatro vezes por ano. “Fico aliviado quando me confesso. O padre vai perguntando sobre os pecados, se aprofundando no problema até entender a raiz dele”, explica.
Autoexposição.
A possibilidade cada vez maior de desabafar publicamente não interferiu na rotina dos católicos. Ao menos essa é a percepção do padre Tarcísio Mesquita. “Acredito que a internet não diminuiu o ritmo da confissão. O que se tem nas redes sociais é autoexposição, na confissão é o contrário”, afirma. A explicação para manter a prática em atividade é justamente a figura do padre. “O padre mistura um pouco o perfil do médico [para os idosos] e do professor [aos jovens]. É alguém em que se pode confiar por causa do sigilo e com quem eu posso aprender.” (DSP)

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