No epicentro da crise de corrupção que assola o futebol, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não estaria mais recebendo repasses de verba da Fifa (entidade máxima do futebol). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, que aponta uma reforma geral na entidade tupiniquim como premissa para que o dinheiro volte a ser enviado.
O congelamento do repasse não teria nenhuma ligação com o novo presidente, Gianni Infantino, eleito na última sexta-feira. Com a reforma de suas leis internas, a Fifa limitou o poder do mandatário sobre o comitê de auditoria independente, que está investigando os casos de corrupção no esporte.
Com um ex-presidente (José Maria Marin) cumprindo pena nos EUA e outros dois, Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, acusados de receber propinas no processo que corre na Justiça americana, a CBF é uma das entidades que estão na mira da Fifa. Segundo o Estadão, outras entidades afetadas pelo escândalo, como a Concacaf (Confederação da América do Norte e Central), já iniciaram um processo de reforma, enquanto nada foi feito no Brasil.
A decisão da Fifa impacta no chamado legado da Copa. Em 2014, a entidade prometeu repassar ao Brasil 100 milhões de dólares dos lucros que teve com o Mundial. Até agora, no entanto, só 8 milhões de dólares chegaram ao País, e o comitê de auditoria independente espera usar o valor para persuadir a CBF a fazer uma reforma.
Além da CBF, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) também não está recebendo os recursos. Conforme o jornal, Alejandro Dominguez, presidente dessa entidade, foi questionado diretamente por membros da Fifa sobre as reformas necessárias e não deu uma resposta satisfatória.