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Quase 34 anos depois, a Fifa decidiu reconhecer oficialmente o Grêmio como campeão mundial interclubes

Em 1983, o Tricolor gaúcho obteve a Copa Toyota ao bater o Hamburgo por 2 a 1. (Foto: Divulgação)

Na manhã dessa sexta-feira, a Fifa (Federação Internacional de Futebol) anunciou que reconhece oficialmente o Mundial Interclubes disputado de 1960 a 2004 entre os campeões sul-americano e o europeu. A decisão foi tomada em reunião do Conselho da entidade em Calcutá (Índia). Com isso, passam a ser considerados campeões mundiais as equipes brasileiras do Santos (1962 e 1963), Flamengo (1981), Grêmio (1983) e São Paulo (1992 e 1993), além dos já confirmados títulos do próprio São Paulo em 2005, do Inter em 2006 e do Cortinthians (2000 e 2012).

A solicitação para incluir a discussão da legitimidade do título partiu da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Por meio do Twitter, o presidente da entidade, Alejandro Domínguez, confirmou a decisão da Fifa e divulgou uma carta de julho, em que havia solicitado o reconhecimento a Gianni Infantino. “Agradeço a aprovação pelo conselho da Fifa da proposta da Conmebol de reconhecer títulos de Copas Intercontinentais como Mundiais de Clubes”, escreveu Alejandro.

O reconhecimento da Fifa reforça a possibilidade de que o duelo entre o campeão da Taça Libertadores e o da Liga dos Campeões volte a acontecer. O Mundial de Clubes organizado pela entidade em 2000 pela primeira vez e depois continuamente desde 2005 passaria a ser disputado de quatro em quatro anos, no mesmo intervalo da Copa das Confederações, que seria extinta – essa mudança deve ocorrer somente a partir de 2021.

“Fixamos como um dos eixos de mudança fazer justiça pelo futebol sul-americano. Hoje, vemos refletidos nossos esforços em um justo reconhecimento que a Fifa faz aos clubes sul-americanos e europeus, que ganharam a Copa Intercontinental e tradicionalmente foram considerados campeões do mundo”, frisou o presidente da Conmebol em nota no site da entidade. “Parabenizamos diretores, comissões técnicas, jogadores e torcedores.”

No total, foram realizadas 43 edições do extinto Mundial de Clubes. Em 1975 (Bayern de Munique x Independiente) e 1978 (Liverpool x Boca Juniors), as partidas não aconteceram porque as equipes não chegaram a um acordo sobre as respectivas datas de confronto. Assim, não houve vencedores. Em compensação, em 2000, dois clubes foram campeões mundiais: o Boca Juniors (agora reconhecido) e o Corinthians (que venceu o primeiro Mundial Interclubes organizado pela Fifa).

Os títulos da Copa Rio de 1951 e 1952, conquistados por Palmeiras e Fluminense, respectivamente, são exemplos de competições entre equipes de países diferentes que não entraram na pauta da Fifa. A entidade chegou a reconhecer o Palmeiras como campeão mundial durante o processo de organização da Copa do Mundo de 2014, mas depois voltou atrás e passou a usar eufemismos como “primeiro campeão global”.

Grêmio

Ao longo do dia, o reconhecimento do título obtido pelo Grêmio em 1983 foi motivo de comemoração para os torcedores do Tricolor gaúcho nas redes sociais. Além das inevitáveis brincadeiras e provocações com os colorados, muitas mensagens relembraram a façanha obtida no estádio nacional de Tóquio (Japão) no dia 11 de dezembro daquele ano, sob a denominação de Copa Toyota (devido à empresa patrocinadora do evento).

A equipe, então sob o comando de Valdir Espinosa, havia chegado à capital nipônica após vencer a Copa Libertadores da América diante do Peñarol (Uruguai). O adversário, dessa vez, era o Hamburgo (Alemanha), vencido por 2 a 1, com dois gols do jovem ponta-direita Renato, o mesmo que hoje, aos 53 anos, treina a equipe gremista que está a um passo do tri da Libertadores – no Mundial Fifa de 1995, o Grêmio do então técnico Felipão foi vencido nos pênaltis pelo Ajax (Holanda).

O agora oficialmente reconhecido Campeão Mundial Fifa atuou com a seguinte escalação: Mazaropi, Paulo Roberto,
Baidek, De León, Paulo César Magalhães, China, Osvaldo (Bonamigo), Paulo César Caju (Caio), Renato, Tarciso e Mário Sérgio (falecido em novembro do ano passado no acidente aéreo da Chapecoense, quando atuava como comentarista esportivo).

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