A palavra “filantropia” surgiu do grego “philanthropos” e significa “amigo da humanidade”.
A cultura da filantropia entre os norte-americanos é antiga e tradicional.
Em 1873, Johns Hopkins deixou no seu testamento toda sua fortuna de 7 milhões de dólares para a criação de um Hospital e uma Universidade.
Em 1889 Andrew Carnegie, após fazer fortuna na Siderurgia, patrocinou e construiu mais de 3.000 bibliotecas em todo País.
No seu artigo “Gospel of Wealth” argumenta e defende que a doação é um gesto de amor. É muito melhor deixar o dinheiro para o uso comum do que para os filhos!! Não podemos fechar os olhos para as desigualdades sociais. É uma maneira de contribuir para uma sociedade mais justa e equilibrada. Nos EUA a filantropia é a mola propulsora da boa Universidade. Se calcula que Bill Gates já doou 33 bilhões de dólares e Warren Buffet, 25,5 bilhões.
Em 2010, juntos lançaram “The Giving Pledge”. É o projeto mais estimulante a filantropia de toda a história do Homo Sapiens.
Os signatários prometem doar, em vida, mais da metade de sua fortuna a projetos humanitários.
O pacto já possui mais de uma centena de seguidores em todo mundo.
Apesar da Forbes em 2021 citar 65 Brasileiros com mais de 1 bilhão de dólares, somente Elie Horn (da Cyrela) aderiu ao programa.
Recentemente Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo e dono do Amazon gastou 52 milhões de dólares (±275 milhões de reais) para uma viagem espacial que durou 11 minutos.
Este gesto extravagante e distante contrastou com outro extremamente marcante e oposto ocorrido entre nós: A doação de 60 milhões do casal Grendene para construção de um Hospital. O “Nora Teixeira” será o oitavo hospital do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre. Certamente centenas de milhares de gaúchos, brasileiros e estrangeiros serão beneficiados.
A filantropia no Brasil ainda é muito tímida e não está arraigada aos costumes brasileiros.
As elites doam pouco e raríssimas famílias criam fundações.
Este gesto de bondade, desprendimento, generosidade e renuncia só pode ser realizado por aqueles que detém a noção exata da nossa insignificância no tempo e a fragilidade da nossa vida.
Obrigada Sra. Nora Teixeira. Seremos sempre gratos!!
Prof. Dr. Carlos Roberto Schwartsmann – médico e professor