Julia Klevenhusen, filha do cineasta Cacá Diegues, compartilhou detalhes sobre os pedidos feitos pelo pai a respeito do que deveria acontecer após sua morte. Cacá faleceu na última sexta-feira (14), aos 84 anos, e deixou instruções claras sobre como gostaria que fosse o período seguinte à sua partida. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no domingo (16), Julia relembrou uma conversa que teve com o cineasta anos atrás.
“O Cacá, muitos anos atrás, em 2004, me chamou na sala dele e pediu para fazer um documento sobre como seria o pós-morte dele. E a primeira regra dele era a de que ninguém poderia chorar ou ficar triste. Tinha outras. Não queria ninguém de luto”, revelou Julia, destacando a preocupação do pai com o tom que deveria ser dado ao luto. A filha contou que, inicialmente, não concordou em escrever tais instruções, pois sabia que seria difícil seguir à risca o que ele desejava.
“Eu falei: ‘Não vou escrever isso’. Porque eu vou ser a primeira a estar descumprindo, isso é muito difícil de respeitar. Eu não respeitei”, afirmou Julia, reconhecendo a dificuldade emocional de cumprir o desejo do pai.
Ela também mencionou a perda de Flora, uma das filhas de Cacá, que faleceu em 2019, aos 33 anos, após lutar contra um câncer no cérebro. Para Julia, o consolo está na ideia de que, com a morte de Cacá, ele possa estar reunido com Flora novamente. “Uma das coisas que me consola é pensar no reencontro dele com a Flora”, completou a filha, refletindo sobre o conforto que essa ideia trouxe para ela neste momento de dor.