Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2022
Filho de pai mineiro e mãe fluminense, George Santos nasceu e cresceu no Queens, em Nova York. Ele conquistou uma cadeira na Câmara dos Representantes nas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, em uma disputa histórica entre dois candidatos abertamente gays concorrendo à mesma vaga. O republicano venceu o democrata Robert Zimmerman pela vaga deixada pelo democrata Tom Suozzi no 3º Distrito do Congresso de Nova York.
No entanto, Santos não é um defensor dos direitos LGBTQIA+. Suas propostas estão mais voltadas para a questão econômica e em defesa dos direitos dos imigrantes no país.
Em um comunicado após sair o resultado, ele disse: “Ainda há muito a fazer pelo país. O sonho americano ainda está em perigo sob a administração de Biden”, postou o deputado eleito no Twitter. “Usarei minhas habilidades para aliviar a pesada inflação e tornar nossas comunidades seguras.”
Filho de brasileiros
Nascida em Niterói, a mãe de George Santos imigrou para os EUA na década de 1980, onde começou a trabalhar como faxineira. Ela e o pai dele, um mineiro de Belo Horizonte que trabalhava como pintor e chegara no país estrangeiro na mesma época, se conheceram já em solo norte-americano.
Em 1988, Santos nasceu no Queens, na cidade de Nova York, onde cresceu e foi criado majoritariamente pela mãe, após os pais se separarem. O filho de brasileiros construiu uma carreira bem-sucedida no mercado financeiro, mas decidiu migrar para a carreira política cerca de três anos e meio atrás — segundo ele, justamente por ser fruto do chamado “sonho americano”.
Para ele, o sonho americano é dar oportunidades, garantindo educação de qualidade e abertura para que cada um possa seguir a carreira que deseja. E é justamente isso que Santos não vê acontecendo na administração de Biden.
Disputa histórica
As eleições norte-americanas de 2022 já são consideradas históricas para a comunidade LGBTQ+ dos EUA por pelo menos dois motivos: o número recorde de candidatos queer (segundo a ONG LGBTQ Victory Fund, são no mínimo 1.065); e a disputa, pela primeira vez, de dois candidatos abertamente gays pela mesma vaga no Congresso.
Este, entretanto, não foi o foco da campanha de George Santos – tanto que ele só descobriu que faria parte da disputa histórica após ser contatado pela mídia. O deputado eleito se posiciona contra medidas afirmativas. Para ele, tais ações causam mais divisões e, portanto, as pessoas devem ser reconhecidas por mérito próprio.
Segundo a “CBS News”, Santos não tem o apoio de Donald Trump, mas apoia e admite que o ex-presidente é parte da razão pela qual ele quis concorrer ao Congresso. O deputado eleito participou do comício “Stop the Steal”, em Washington D.C., em 6 de janeiro 2021.
“Essa foi a multidão mais incrível, e o presidente estava em sua plenitude naquele dia”, disse ele, em entrevista. No entanto, Santos nega qualquer envolvimento com a invasão ao Capitólio que ocorreu no mesmo dia.
Quanto à sua integração no Partido Republicano, o candidato conta que não tem reclamações. Santos relata que nunca sofreu preconceito por sua orientação sexual dentro do partido e destaca o fato de ter sido nomeado para a disputa eleitoral de 2022 de forma unânime pelos colegas.
Contudo, historicamente, poucos candidatos LGBTQ+ concorreram a vagas no Congresso pelo Partido Republicano. Hoje existem 11 congressistas abertamente queer, dois no Senado e nove na Câmara — e todos são do Partido Democrata.
Centro-direita
Embora seja conservador na esfera econômica, quando o assunto é a parte social, Santos tem uma visão mais moderada, e, por isso, se considera de centro-direita.
O deputado eleito, que é casado, defende o casamento entre pessoas da comunidade LGBTQ+. Ele também é contra a revisão da lei que permite a união entre pessoas do mesmo gênero, proposta em junho por um juiz da Suprema Corte dos EUA.
Por outro lado, Santos se posiciona contra o aborto e apoia a “Don’t Say Gay Bill” (“Lei Não Diga Gay”, em inglês), que entrou em vigor em junho, na Flórida. A legislação colocou em prática novos estatutos para o ensino público, proibindo discussões sobre educação sexual em sala de aula.