Cinco anos após a morte de Aretha Franklin (1942-2018), os quatro filhos da cantora ainda disputam para definir qual dos dois testamentos será validado. O julgamento está marcado para esta segunda-feira (10), quando os manuscritos serão analisados.
Ambos os documentos foram descobertos na casa de Aretha em Detroit, nos Estados Unidos, meses depois dela ter morrido aos 76 anos em decorrência de um câncer de pâncreas. Apesar de seus esforços para fazer um testamento formal, ela não conseguiu terminá-los.
Os dois manuscritos foram feitos com uma diferença de quatro anos: o primeiro, datado de 2010, foi encontrado em seu escritório. Já o mais recente, de 2014, foi achado em um caderno que estava entre as almofadas do sofá.
A disputa tem deixado um dos filhos da cantora contra os irmãos. Ted White II, conhecido profissionalmente como Teddy Richards, de 59 anos, sustenta que os papéis datados de 2010 deveriam ser o guia para definir o destino das propriedades de sua mãe.
Por outro lado, Kecalf Franklin, de 53, e Edward Franklin, 66, apoiam o documento de 2014. A principal diferença entre eles é que, no primeiro, a cantora escreveu que White e Sabrina Owens, sua sobrinha, deveriam atuar como “coexecutores”, ou seja, garantissem que os desejos de seu testamento fossem cumpridos.
Ao mesmo tempo, dizia que Kecalf e Edward deveriam “fazer aulas de negócios e obter um certificado ou diploma” para poder se beneficiar do espólio. A versão mais recente, no entanto, riscava o nome de White como executor e colocava o de Kecalf em seu lugar.
Kecalf e os netos ficariam com a casa principal de Aretha, em Bloomfield Hills, que no ano de sua morte foi avaliada em US$ 1,1 milhão (R$ 5,3 milhões), mas que deve valer mais atualmente.
Também neste último documento, Aretha escreveu que seus vestidos poderiam ser leiloados ou encaminhados ao Smithsonian Institution, uma instituição educacional e de pesquisa dos Estados Unidos. Em ambos os testamentos, ela manifestou o desejo de que seu filho mais velho, Clarence Franklin, de 68 anos, fosse regularmente sustentado.
Nos últimos cinco anos, o espólio da cantora foi administrado por três executores. Sabrina se retirou da função em 2020, quando alegou uma “ruptura” entre os filhos. Ao todo, os ativos gerais são estimados em US$ 4,1 milhões (R$ 19,9 milhões), principalmente em dinheiro e imóveis.