O Festival de Cannes chegou ao seu encerramento, na noite deste sábado (28), ao anunciar o tão esperado vencedor do Palma de Ouro, prêmio mais prestigiado do festival de cinema francês. “Triangle Of Sadness”, dirigido por Ruben Ostlund, recebeu o maior título da noite e marca a segunda vitória do diretor sueco na categoria. Em 2017, ele levou o troféu por The Square: A Arte da Discórdia.
O longa é considerado a sátira mais estranha até agora do diretor: a trama traz a história de um casal e supermodelos poderosos (Harris Dickinson e Charlbi Dean) que embarca em um cruzeiro de luxo, sem saber do fato de que entre os passageiros super-ricos estão um oligarca russo, traficantes de armas britânicos e um capitão idiossincrático e alcoólatra.
A princípio, tudo parece “instagramável”. Mas um forte enjoo atinge os passageiros durante o jantar de sete pratos do capitão. O cruzeiro termina catastroficamente. Carl e Yaya encontram-se abandonados em uma ilha deserta com um grupo de bilionários e um dos limpadores do navio. A hierarquia é subitamente virada de cabeça para baixo, pois a governanta é a única que sabe pescar.
Nesta edição, o festival conta com cinco indicações de filmes dirigidos por mulheres – o maior número da história do evento. Eles são: Les Amandiers, de Valeria Bruni Tedeschi; Un Petit Frère, de Léonor Serraille; Le Otto Montagne, de Charlotte Vandermeersch e Felix Van Groeningen; Showing Up, de Kelly Reichardt; e Stars at Noon, de Claire Denis.
Em 2021, Julia Ducournau tornou-se a segunda mulher na história a conquistar o Palma de Ouro no Festival de Cannes. A neozelandesa Jane Campion foi a primeira, 28 anos antes.
Ao todo, foram 21 indicados; confira a lista completa abaixo:
— “Crimes of the future”, de David Cronenberg
— “Holy Spider”, de Ali Abbasi
— “Triangle of Sadness”, de Ruben Ostlund
— “Broker”, de Hirokazu Kore-eda
— “Decision to leave”, de Park Chan-Wook
— “Showing up”, de Kelly Reichardt
— “Boy from Heaven”, de Tarik Saleh
— “Tchaikovsky’s wife”, de Kirill Serebrennikov
— “Les amandiers”, de Valeria Bruni Tedeschi
— “Tori et Lokita” de Jean-Pierre e Luc Dardenne
— “Armageddon Time”, de James Gray
— “Nostalgia”, de Mario Martone
— “Stars at noon”, de Claire Denis
— “Close”, de Lukas Dhont
— “Frère et soeur”, de Arnaud Desplechin
— “RMN”, de Cristian Mungiu
— “Leila’s Brothers”, de Saeed Roustaee
— “Eo”, de Jerzy Skolimowski
— “Pacifiction” de Albert Serra
— “Un petit frère” de Léonor Seraille
— “Le otto Montagne” de Charlotte Vandermeersch e Felix Van Groeningen
Veja os vencedores em outras categorias da competição:
— Grand Prix: Stars at Noon, de Claire Denis e Close, de Lukas Dhont
— Prêmio do júri: The Eight Mountains, dirigido por Felix van Groeningen, Charlotte Vandermeersch e EO, de Jerzy Skolimowski
— Melhor atriz: Zar Amir Ebrahimi, Holy Spider
— Melhor ator: Song Kang-ho, Broker
— Melhor diretor: Park Chan-wook, por Decision to Leave
— Melhor roteiro: Boy From Heaven, de Tarik Saleh.
— Melhor Curta-metragem: The Water Murmurs
— Prêmio especial do 75º ano de festival: Tori And Lokita, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
O Palma de Ouro
Em homenagem à 75ª edição do festival, que coincide com o 25º aniversário da parceria da Chopard com o evento, a joalheria suíça montou um novo troféu para o evento anual. A peça comemorativa resultou na Palma de Ouro renderizada em ouro, com duas folhas cheias de diamantes.
Enquanto uma das folhas é cravejada com 75 diamantes, simbolizando o jubileu do festival, a outra é incrustada com 25 diamantes, para significar 25 anos de relacionamento entre a Chopard e o Festival de Cinema de Cannes.
Como uma apreciação de dois em um, a Palma de ouro de 18 quilates com certificação The Fairmined não será colocada na tradicional almofada de cristal de rocha, mas sim em uma base feita de quartzo rosa que faz alusão ao símbolo do amor da mitologia grega.