Domingo, 13 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2025
Reunidos em assembleia na tarde desse sábado (12) após quatro horas de negociação com a prefeitura, representantes do Sindicatos dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) aceitaram proposta de reajuste salarial escalonado de 4,83%. O acordo – incluindo outros itens – encerrou quase duas semanas de greve da categoria, que não sofrerá corte no ponto pelos dias parados, desde que volte ao trabalho na segunda (14).
Foram necessárias quatro horas de avanços e recuos entre as partes, reunidas no Centro Administrativo Municipal (Centro Histórico), para que o impasse fosse encerrado. Apesar do acerto, líderes da entidade deixaram claro que a solução encontrada não agrada os funcionários da rede, que a consideraram muito aquém do ideal.
O índice oferecido pelo prefeito Sebastião Melo será pago em quatro vezes até ano que vem: setembro (1%), dezembro (1,75%), fevereiro (1%) e abril (1,08%). Para isso, foi utilizada como base a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre janeiro e dezembro de 2024.
Além disso, o vale-alimentação será reajustado em 10% (5% em maio e o restante em agosto). Já o debate sobre o pedido de reposição salarial relativa a 2023 ficou para setembro, quando deverá ser realizada uma nova rodada de negociação.
Com a palavra…
Participaram da reunião os secretários Cassiá Carpes (Administração e Patrimônio), Ana Pellini (Fazenda), Cesar Schirmer (Planejamento e Assuntos Estratégicos), dentre outros. Já o Simpa foi acompanhado pela deputada estadual Sofia Cavedon e dos vereadores Jonas Reis e Juliana de Souza, todos do PT.
Também servidora municipal, Juliana chegou a classificar de “indecentes” os temos propostos à categoria, mas disse compreender a necessidade de se avançar para garantir condições dignas mínimas. Jonas corroborou: “É preciso continuar em defesa dos serviços públicos e da garantia de atendimento à população. Parabéns a todos os municipários que lutam por respeito”.
“Valorizamos, em primeiro lugar, o equilíbrio fiscal”, argumentou o prefeito Sebastião Melo. “O orçamento é um só e as finanças do município ainda estão fortemente impactadas pela enchente do ano passado. Reconhecemos pontos trazidos pelo sindicato, como o da inflação de 2023, mas tudo precisa ser decidido com responsabilidade e transparência, pensando no futuro da cidade.”
Também se manifestou o secretário-geral do Município, André Coronel: “Fizemos uma soma de esforços para construir a proposta em conjunto com a categoria e avançamos em muitas pautas importantes. A mesa de negociação permanece aberta, e estamos dispostos a retomar a discussão dos índices e formas de pagamento nos próximos meses, conforme o andamento das receitas do município”.
(Marcello Campos)