Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2022
Um Airbus A320-200 da companhia estatal russa Aeroflot decola no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, nos arredores de Moscou, na Rússia, em junho de 2018.
Foto: ArquivoDa Alemanha à Suécia, passando por França, Bélgica, Itália e Espanha, os países europeus decidiram fechar gradualmente o seu espaço aéreo às companhias russas em retaliação à invasão da Ucrânia por Moscou, que desencadeou uma série de sanções ocidentais contra o poder russo.
Na América do Norte, o Canadá seguiu a iniciativa dos colegas europeus e anunciou neste domingo (27) que também aderiu à medida, restringindo seu espaço aéreo aos russos. O ministro dos transportes canadense, Omar Alghabra, anunciou a medida no Twitter: “Vamos responsabilizar a Rússia por seus ataques à Ucrânia”, afirmou.
Neste domingo (27), o ministério dos transportes alemão “decretou a proibição de voo para aeronaves russas e operadoras de aviões russos no espaço aéreo alemão” a partir das 14h00 GMT (11h00 de Brasília). Berlim esclareceu que essa proibição será válida por três meses, mas não dizia respeito a nenhum voo humanitário.
A França, por sua vez, informou que fechará seu espaço aéreo “para aviões e companhias aéreas russas” a partir da noite deste domingo, segundo o ministro dos transportes, Jean-Baptiste Djebbari, que ressaltou que a “união da Europa é total.”
Mesma decisão da Irlanda, Bélgica, Holanda e Itália.
Céu fechado
“Na Europa, o céu está aberto (…) para aqueles que conectam os povos, não para aqueles que cometem agressões brutais”, justificou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, no Twitter.
“Não há lugar no espaço aéreo holandês para um regime que aplica violência desnecessária e brutal”, afirmou o ministro holandês da Infraestrutura, Mark Harbers.
O governo de Luxemburgo, grande plataforma de aviões de carga e transporte de mercadorias na Europa, anunciou, em comunicado à imprensa, que vão “preparar as notificações necessárias para fechar” o seu espaço aéreo às empresas russas a partir deste domingo.
No Twitter, também neste domingo, o Ministério espanhol dos Transportes afirmou que “a Espanha fechará o espaço aéreo às companhias aéreas russas”, acrescentando que, “seguindo as diretrizes de cooperação marcadas pela União Europeia, esta medida terá efeito nos voos operados pelas companhias aéreas russas que usam o espaço aéreo espanhol.”
No norte da Europa, a Finlândia, que tem uma fronteira de mais de 1.300 quilômetros com a Rússia, a Suécia, Dinamarca e Islândia anunciaram medidas semelhantes.
A estes países somam-se Polônia, a República Tcheca, Estônia, Bulgária, Moldávia e Reino Unido.
Zona de exclusão
Com muitos países fechando ou anunciando o fechamento de seu espaço aéreo, o tráfego aéreo russo se vê diante de uma zona de exclusão muito grande na Europa, forçando os voos a grandes desvios.
Numa reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, “pressionaremos por uma paralisação em toda a UE”, disse o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Jeppe Kofod, no Twitter.
A invasão russa da Ucrânia “deve ser combatida com as mais fortes sanções internacionais possíveis”, afirmou.
“Queremos que isto (o fechamento do espaço aéreo) seja feito o mais rapidamente possível, e o melhor e mais rápido seria se fosse feito a nível europeu”, estimou por sua vez o ministro sueco Hans Dahlgren.
Em retaliação, Moscou começou a proibir o sobrevoo de seu território a aviões ligados aos países europeus que anunciaram tais decisões nos últimos dias.
Em uníssono com um número crescente de companhias ocidentais, a Lufthansa – maior grupo europeu com as marcas Lufthansa, Condor, Swiss, Brussel Airlines – decidiu no sábado (26) suspender os voos para e sobre a Rússia por uma semana, antecipando as medidas de retaliação de Moscou.