O boletim epidemiológico Infogripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), aponta um crescimento de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 23 Estados do país. Os dados são referentes à semana epidemiológica 4, que vai de 23 a 29 de janeiro. Só em 2022, já foram notificados 35.279 casos de SRAG, sendo 16.593 (47,0%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, e 8.349 (23,7%) negativos.
Outros 7.616 (21,6%) ainda estão aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos diagnosticados neste ano, 79,5% são do novo coronavírus, e 10,6% de influenza A.
No boletim da semana anterior, que compreende o período de 16 a 22 de janeiro, haviam sido notificados 22.465. Destes, 8.749 (38,9%) foram positivos para algum vírus respiratório. Dos casos positivos, 73,3% eram de Covid-19.
De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, o atual aumento dos casos de SRAG está associado essencialmente à Covid-19, já que a epidemia de Influenza parece ter acabado na maior parte dos Estados.
“Embora os dados associados às últimas semanas ainda sejam parciais, há indício de que a epidemia de Influenza já tenha retornado a volumes básicos, pós-epidêmicos, tendo atingido pico de casos nas últimas semanas de dezembro. Em relação à Covid-19, os dados relativos ao final de dezembro e primeira semana de janeiro já apontam para a retomada do cenário de predomínio da Covid-19 e manutenção do crescimento até o momento”, afirma Gomes.
Segundo os dados da Fiocruz, quase todas as faixas etárias da população adulta apresentam um cenário de crescimento constante de novos casos, desde o final de novembro e início de dezembro, até o presente momento, exceto para a faixa etária de 20 a 29 anos.
As crianças, de 0 a 9 anos, e os adolescentes, de 10 a 19 anos, continuam com os casos em tendência de queda desde a virada do ano.
Estados e capitais
Nas últimas três semanas, os Estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins, Bahia, Pará e Pernambuco foram os que apresentaram tendência de crescimento nos casos.
A Fiocruz aponta ainda que, nestas 22 Unidades da Federação, há pelo menos uma macrorregião com nível considerado muito alto ou extremamente alto para casos semanais.
Em relação às capitais, 19 cidades apresentam sinal de crescimento de casos nas últimas seis semanas, até a semana epidemiológica 4: Belém, Belo Horizonte, plano piloto de Brasília e arredores (DF), Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Rio Branco, Rio de Janeiro e São Luís.