Sexta-feira, 18 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de abril de 2025
Perto de entrar em cena como Odete Roitman em “Vale tudo” – a vilã vai aparecer pela primeira vez no capítulo do dia 26 de abril –, Debora Bloch faz um balanço de sua trajetória e admite que chegou a ficar deslumbrada no início da carreira.
Esse deslumbre, segundo ela, fez com que a atriz ficasse um tempo afastada da televisão, fugindo das heroínas que lhe eram oferecidas, como a Simone do remake de “Selva de pedra”, papel que seria vivido por Fernanda Torres.
“Podia ser uma arrogância da juventude, mas queria estar no teatro e não naquele lugar. Fiquei famosa e me deslumbrei um pouco, só que tive o exemplo do meu pai, que driblou a instabilidade o tempo inteiro, e firmei os pés no chão”, confessou Debora em entrevista à revista “Claudia”.
Debora Bloch explicou o exemplo de seu pai. Ele “soube lidar com a instabilidade da profissão artística”, o que a ajudou a manter os pés no chão. Por isso, reconhecendo o deslumbre inicial pela fama, ela optou por seguir uma trajetória mais voltada ao teatro.
O prazer de fazer televisão, de acordo com a atriz, só foi redescoberto na época da “TV Pirata”, ao lado de amigos como Marco Nanini, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães, com quem ficou anos em cartaz com a peça “Fica comigo esta noite”.
O sucesso do espetáculo acabou motivando outra recusa de Debora, a garota de programa Taís, que alçou Letícia Sabatella ao estrelato em 1991 na novela “O Dono do Mundo”: “Questionei muito essa decisão, mas não podia largar uma peça que lotava teatros e em que, além de protagonizar, eu produzia.”
Trajetória consagrada
Aos 61 anos, com uma trajetória consagrada no teatro, na televisão e no cinema, a artista fala sobre a expectativa gerada por Vale Tudo, remake de Manuela Dias baseado na novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, lançado em 31 de março na Rede Globo. “É uma loucura porque ninguém viu nada e já critica meses antes”, observa.
Na trama, Debora enfrenta o desafio — talvez o maior de sua carreira televisiva — de recriar Odete Roitman, a célebre vilã representada por Beatriz Segall no original, exibido em 1988. “Tenho a missão de encontrar a minha leitura da Odete”, afirma. “No teatro, os personagens são refeitos por intérpretes de diferentes gerações que usam o repertório na construção dos clássicos e, como Vale Tudo é um clássico, quero mostrar essa mulher no Brasil de 2025.”
Odete Roitman é uma empresária que mora em Paris, despreza o Brasil e comanda uma companhia aérea com o mesmo autoritarismo que manipula os filhos, Heleninha e Afonso (representados por Paolla Oliveira e Humberto Carrão). Volta e meia, a megera retorna ao país para sugar o que julga ter direito, inclusive a energia da família, e, com suas maldades, contribui para as viradas do folhetim que foi unanimidade de audiência há 37 anos.
“É um exemplar horroroso de uma elite retrógrada que a gente imaginava ter se livrado e reencontrou nos últimos anos”, define Debora, sobre a personagem que entra no ar no 24º capítulo, previsto para 26 de abril. “Ela ganha dinheiro no Brasil para gastar na Europa e deixa aqui só o lixo.”