Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2023
O fisioterapeuta Nicanor dos Santos Modesto Junior, de 46 anos, foi acusado por duas mulheres que vivem na Grande São Paulo por abuso sexual, em janeiro deste ano e em outubro de 2021. A polícia e o Conselho Regional de Fisioterapia (Crefito) investigam. Nicanor já havia sido condenado na Argentina a sete anos de prisão, em 2015, pela tentativa de assassinato de uma mulher e por abusar sexualmente de uma criança.
O primeiro caso de abuso em São Paulo teria ocorrido em outubro de 2021. Segundo informações obtidas pela reportagem, Nicanor trabalhava no Hospital Maternidade Jesus, José e Maria, em Guarulhos, na Grande São Paulo, como prestador de serviços. Já o segundo, ocorreu em 24 de janeiro deste ano, no Hospital São Luiz, no Jabaquara. Nos dois casos, os relatos das vítimas são semelhantes. Segundo elas, Nicanor enfiou os dedos na vagina delas dizendo que era uma técnica para aliviar dores musculares.
O Hospital São Luiz informou, por meio de nota, que ele foi afastado em 23 de janeiro, assim que a denúncia foi recebida. “Esclarece que ele era funcionário de uma empresa de fisioterapia terceirizada e estava prestando serviços na unidade há cerca de um mês”, diz nota.
Cronologia:
– Nicanor esteve em Buenos Aires entre 2008 e 2021.
– Em Buenos Aires, foi condenado a 7 anos de prisão por tentativa de homicídio e abuso de menor. Ele tentou matar a mãe de uma criança que o denunciou por abusar sexualmente da filha dela.
– Em 2021, de volta ao Brasil, Nicanor passou a trabalhar em uma maternidade em Guarulhos, onde uma paciente grávida fez uma denúncia contra ele por abuso sexual.
– Em janeiro deste ano, uma outra mulher, que estava internada na UTI de um hospital na Zona Sul, abriu um boletim de ocorrência contra Nicanor em que o acusa de estupro.
Em Buenos Aires
Em maio de 2015, Nicanor foi condenado a sete anos de prisão em Buenos Aires pela tentativa de assassinato de uma mulher que teria o denunciando pelo abuso sexual da filha dela de 10 anos.
Segundo a decisão da Justiça argentina, o crime aconteceu em 18 de março de 2014. A vítima estava em casa quando Nicanor invadiu o local portando uma arma de choque e spray de pimenta, desferiu descargas elétricas na região do peitoral e da garganta da vítima repetidas vezes, gritando que iria matá-la.
A mulher foi jogada no chão, e as agressões continuaram. Nicanor chegou a morder a mão da vítima. O ataque só parou quando uma vizinha apareceu, após ouvir gritos da filha e da mulher.
Nicanor tentou, então, fugir pelas escadas do prédio, mas foi impedido pelo porteiro, que bloqueou a passagem e acionou a polícia, que fez a prisão em flagrante.
Abuso sexual de criança
O ataque ocorreu cinco dias após a vítima denunciar Nicanor, pela segunda vez, pelo abuso sexual da filha dela, que na época tinha 10 anos. Os abusos teriam começando em fevereiro de 2014, a mãe questionou a criança sobre quantas vezes teria ocorrido, mas, segundo a Justiça, ela afirmou que “não se recordava, mas seriam muitas”.
Segundo a sentença, quando perguntada sobre o que tinha acontecido, a menina ficou angustiada e não sabia o que dizer, mas sentia que faziam “algo ruim” e contou que Nicanor a “tocava nas partes íntimas e com a mão” e a “beijava de língua na boca”.
Os abusos foram descobertos pela mãe depois que ela encontrou trocas de mensagens de conteúdo sexual entre o fisioterapeuta e a criança. No mesmo dia, em 12 de março de 2014, ela procurou uma delegacia para fazer a denúncia.
A criança é filha de pais separados e, na época, Nicanor morava com o pai da menina e com a atual companheira dele. A criança dormia na casa do pai quinzenalmente e era nessas ocasiões que ocorriam os abusos. Na sentença, a mãe da menina levanta a suspeita de que uma outra garota, filha da companheira do pai da vítima, também teria sido abusada sexualmente pelo fisioterapeuta.
Segundo a Justiça argentina, ele foi preso e depois recebeu liberdade condicional.