Quinta-feira, 14 de novembro de 2024

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Armando Burd Não haverá aumento exorbitante

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Prefeito Nelson Marchezan Júnior falará sobre expectativas e desafios. (Foto: Banco de dados)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A população de Porto Alegre se livrou de grande ferroada no bolso. O projeto do Executivo, que aumentaria em 70 milhões de reais a arrecadação do IPTU em 2018, foi rejeitado por 25 vereadores. Dez votaram a favor e houve uma abstenção. Vitória do bom senso e do respeito às limitações da maioria dos contribuintes em tempo de crise.

FLAGRADA A CONTRADIÇÃO

No começo da tarde de ontem, o Executivo tinha maioria para aprovar o novo IPTU na Câmara de Porto Alegre. A contagem começou a balançar às 18h30min, quando o vereador Cláudio Janta, durante pronunciamento na tribuna, projetou no telão do plenário entrevista de Nelson Marchezan Júnior, concedida em setembro do ano passado. Como candidato, garantiu que não haveria aumento do IPTU. Em seguida, Janta mostrou mensagem do prefeito, feita terça-feira em rede social, criticando os vereadores por estarem pensando apenas “em seus interesses pessoais” e rejeitando  as mudanças. A reação foi imediata.

DE ALIADO A ADVERSÁRIO

Até agosto deste ano, Cláudio Janta era o líder do governo municipal na Câmara. Por criticar o fim da segunda passagem gratuita nos ônibus, quebrou os pratos com o Executivo.

ATENÇÃO DIVIDIDA

Quando se iniciou o jogo no Beira-Rio, o presidente Cassio Trogildo teve de pedir que o som da transmissão, acompanhada por alguns vereadores, fosse diminuído. Repetiu por mais duas vezes.

AUSÊNCIA

Lideranças do Orçamento Participativo, que foram convocados pelo 1º escalão da Prefeitura para apoiarem a aprovação do novo IPTU, não apareceram na sessão plenária de ontem.

VÍCIOS VIRAM VIRTUDES

Assistentes sociais, que trabalham nas periferias das grandes cidades, deveriam ser mais ouvidas pelos que se encastelam em gabinetes do poder. Elas vão contar sobre os motivos que levam a lei a ser reduzida à função de ornamento.

Os moradores têm clara a noção de que a elite política fincou seus pilares no solo da corrupção. Fica, então, difícil dizer que a lei tem lugar. O ataque à delinquência é medida necessária que as assistentes bravamente promovem. Porém, na maioria das vezes, as ações equivalem a enxugar gelo. Um dos motivos alegados: no andar de cima, tudo acontece. As periferias, então, tornam-se o lugar da dessocialização e não há sinal de que possa mudar.

COMPROVAÇÃO

Estudo do Banco Mundial, divulgado ontem, apresenta o Brasil na 137ª posição do item “Confiança do público nos políticos”. Esse é o último lugar entre os países pesquisados. A corrupção é apontada como um dos piores problemas para a competitividade do nosso país.

A QUANTAS ANDAM

A campanha presidencial se aproxima e a incerteza só aumenta. O descrédito dos potenciais candidatos ficou escancarado pela pesquisa CNT. Nenhum candidato tem rejeição abaixo de 50 por cento e o líder em todos os cenários está ameaçado de ser impedido pela Justiça de concorrer.

DISPARADO

A 28 de setembro de 2002, faltando uma semana para a eleição presidencial, o candidato Lula atingiu 49 por cento dos votos, conforme pesquisa Datafolha em todo o país.

INIMAGINÁVEL

A proibição de sair de casa à noite é pena cruel para senador Aécio Neves. Bares, restaurantes e boates perderão o charme do convívio assíduo com representante do alto poder.

ANDAM MAL

A pesquisa mensal de credibilidade do Instituto Ipsos mostra em boletim de setembro o profundo desgaste do PSDB. Depois de Michel Temer, com rejeição de 94 por cento, Aécio Neves e Geraldo Alckmin foram os nomes públicos mais reprovados, com 89 e 75 por cento.

NÃO SE ENTENDEM

Qualquer integrante do 1º escalão do governo do Estado está em condições de descrever em artigos o que acontece na relação entre o Palácio Piratini e os deputados da base aliada. Sugestão de título: Com quantos desencontros se faz uma crise. Outra: Notícias das incertezas.

PETULÂNCIA

Jonas Lopes, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, entrou com o pedido de aposentadoria. Ele confessou ter participado de grupo que recebia propina. A cada final de mês, Sua Excelência vê o Tribunal depositar em sua conta bancária 49 mil reais, a título de salário. Continuará com a mordomia se o Ministério Público não entrar com ação de improbidade administrativa na Justiça.

BALANÇO

A reforma eleitoral é ruim. Poderia ter sido bem pior se não surgisse a pressão, ainda que tímida, da opinião pública.

MAIS UM PENDURICALHO

O Detran do Rio Grande do Sul propõe 32 medidas para o trânsito no país. Uma delas é a criação de uma Agência Nacional ou Autarquia Federal para gerir o setor com maior autonomia. Ora, vai virar mais um cabide de empregos. Autonomia o presidente da República concede com um canetaço a qualquer órgão já existente.

VÃO SE OLHAR NO PALCO

No próximo encontro de governadores em Brasília, a Companhia de Teatro Livre vai convidá-los para sessão especial em que apresentará a peça intitulada “Os reis estão nus”.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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