O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) vai acompanhar o pai, o presidente Jair Bolsonaro, em viagem a Jerusalém, em Israel, entre os dias 30 de março e 3 de abril. O senador informou ao Senado que o convite partiu “do Presidente da República do Brasil e da Organização Médica Hadassah”.
Envolvido em uma investigação por supostas movimentações atípicas em suas contas, o parlamentar tem buscado atuar discretamente como senador. Essa, por exemplo, é a primeira vez que ele vai viajar ao lado do pai em uma missão oficial ao exterior. Em dezembro, a imprensa revelou que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentações atípicas nas contas de Flávio.
O senador solicitou “licença para desempenhar missão política ou cultural de interesse parlamentar, sem ônus para o Senado Federal” em Jerusalém. O pedido foi autorizado pelo 1º vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Irmão de Flávio, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acompanhou Jair Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos. Ele esteve ao lado do pai enquanto o militar conversava com o presidente americano Donald Trump no Salão Oval. Na entrevista dada por ambos os presidentes no jardim da Casa Branca, o deputado foi publicamente elogiado por Trump.
Viagem
O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, informou há duas semanas que Bolsonaro vai se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, logo no primeiro dia da visita oficial, durante jantar de recepção oferecido por Israel. Em programação intensa, Bolsonaro passará por cidades como Tel-Aviv e Jerusalém.
Segundo Shelley, o foco da pauta será melhorar as relações comerciais entre os países. Ele também contou que os governos podem assinar atos de defesa, segurança e ciência e tecnologia. Além disso, destacou a importância do intercâmbio de informações em áreas como saúde e segurança.
Assessora
A presidência do Senado Federal, comandado por Davi Alcolumbre (DEM-AP), exonerou a jornalista Elisangela Machado dos Santos de Freitas, que disputou uma vaga na Câmara dos Deputados como Elisa Robson (PRP-DF) no ano passado e estava lotada no gabinete do senador Flávio Bolsonaro.
Elisangela é a administradora do perfil República de Curitiba, página simpática ao governo de Jair Bolsonaro, que recentemente patrocinou ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em fevereiro, o jornal Folha de S. Paulo mostrou que, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Elisangela recebeu R$ 25 mil do fundo criado para financiar campanhas políticas e sua maior despesa, R$ 14,9 mil (59% do total), foi com o próprio marido, o engenheiro Ronaldo Robson de Freitas. A candidata obteve 11.638 votos (0,81% dos votos válidos).
Na época, o engenheiro afirmou que os gastos “estão todos discriminados e apresentados à Justiça eleitoral bem detalhadamente”. Em seu perfil no Facebook, ela afirmou que o marido “gerenciou todo o trabalho que foi feito de comunicação nas redes sociais”.
“Ele administrou as informações, os posts patrocinados, a produção de pequenos vídeos e os poucos recursos financeiros que precisaram ser gerenciados [com gasto total de R$ 30 mil]. Inclusive, nossa família de 5 pessoas está sem carro até o hoje porque decidimos dar prioridade financeira para a minha campanha na época”, publicou a candidata derrotada.