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Flávio Bolsonaro ataca denúncia contra o pai e diz que Procuradoria-Geral da República “se rebaixa”, é “imoral” e “atende ao fígado” de Alexandre de Moraes

Por outro lado, esses mesmos aliados admitem nos bastidores que a condenação do ex-presidente no inquérito do golpe é praticamente certa. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma publicação dura contra a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa o pai e outras 33 pessoas de tentar um golpe de Estado. Ao criticá-la, fez ataques à PGR e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A tentativa de golpe nos prédios públicos vazios virou uma denúncia vazia, que não tem absolutamente NENHUMA PROVA contra Bolsonaro. Mesmo depois de Alexandre de Moraes ter esculachado o Ministério Público Federal na fabricação dos inquéritos e torturado Mauro Cid para ‘delatar’ o que não existiu, o PGR se rebaixa”, alegou Flávio. “Cumpre sua missão inconstitucional e imoral de atender ao fígado de Alexandre de Moraes e ao interesse nefasto de Lula, que está nos seus últimos meses de presidência.”

Ainda na visão do senador, “hoje tem comemoração dos destruidores da democracia em Brasília”, na contramão da denúncia – que versa justamente sobre a suposta tentativa de golpear a democracia por parte do pai de Flávio e aliados.

Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) afirmou em nota que “não causa surpresa” a denúncia formalizada pela PGR, dado que a imprensa já indicava o movimento.

“Certos de sua inocência, esperamos com serenidade que a justiça seja feita e que, finalmente, sejam observados os princípios do juízo natural, do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal”, disse o senador.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), também afirmou que a peça não surpreende. “Um golpe que não houve. Uma revolta popular sem liderança e por pessoas desarmadas. Um ex-presidente ausente do país depois de nomear ele próprio os chefes das forças previamente escolhidos pelo seu sucessor. Militares que prenderam manifestantes e não se envolveram em golpe algum”, alegou. “E um presidente empossado, Lula, que permitiu uma baderna omitindo-se e a tudo assistindo da janela. Era o que queria. Taí.”

Já o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou como “ABSURDO” e “GUERRA POLÍTICA” a acusação da PGR. “Querem prender o maior líder da direita e calar milhões de brasileiros. Se acham que vamos aceitar de cabeça baixa, estão muito enganados! O Brasil NÃO é Cuba! #Bolsonaro2026”, escreveu.

Denúncia

De acordo com a acusação da PGR, Bolsonaro cometeu os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

A investigação da Polícia Federal que culminou no indiciamento anterior à denúncia lista provas que, para a PGR, comprovam que ele analisou e pediu alterações no texto de uma minuta golpista. Entre as propostas aventadas no texto estava a possibilidade de prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Conforme as apurações, Bolsonaro pediu para retirar os nomes de Gilmar e Pacheco da minuta.

A prisão das autoridades faria parte de um plano para interferir nas eleições de 2022 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, na visão de Bolsonaro, teria tomado decisões “inconstitucionais” contra ele. As Forças Armadas seriam acionadas e agiriam como um “poder moderador”, com o objetivo de reverter o resultado eleitoral.

A denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e será apreciada pela Primeira Turma do STF após ser liberada pelo relator, Alexandre de Moraes. As informações são do jornal O Globo.

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