Em atividade eleitoral em Juiz de Fora (MG) nessa sexta-feira (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro teceu críticas direcionadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Embora Bolsonaro não tenha citado Moraes nominalmente, seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, reforçou que o alvo das críticas nesta sexta era o ministro do STF, ao pedir seu impeachment.
Sem citar nomes, Bolsonaro se disse perseguido por “aquele ministro do STF”, a quem chamou de “obcecado”.
“Aquele ministro do STF não dá mais. Ele não tem noção, age como um obcecado para perseguir a minha pessoa. Temos um ditador que quando não pode pegar o ex-presidente, tenta seu filho ou sua esposa. Ouso dizer que esse elemento prejudica mais o Brasil que Lula”, disse Bolsonaro.
Ao pedir o impeachment do magistrado, Flávio se referiu nominalmente a Moraes. “Me perguntam o que farei como senador e vamos fazer junto com vocês. Nos vamos fazer o impeachment do Alexandre de Moraes”, falou o senador.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também esteve presente no comício, mas não discursou.
Os discursos de Bolsonaro e de Flávio ocorreram às vésperas do feriado do 7 de Setembro deste ano. Em ocasiões anteriores, na mesma data, o então presidente também fez ataques a Moraes.
A passagem de Bolsonaro por Juiz de Fora ocorre seis anos após a facada sofrida pelo então candidato à Presidência durante a campanha eleitoral de 2018. Em 2022, Bolsonaro já havia feito duas visitas a Juiz de Fora, no início de sua campanha à reeleição. Em uma das ocasiões, chegou a visitar o hospital Santa Casa de Misericórdia, onde passou por uma cirurgia de emergência logo após a facada.
Além de rememorar o que apelidou de “aniversário do renascimento”, Bolsonaro compareceu ao município neste ano em apoio à candidatura de Charlles Evangelista (PL) à prefeitura. O candidato bolsonarista tenta derrotar a atual prefeita, Margarida Salomão, que é filiada ao PT.
No Senado
Flávio Bolsonaro, em pronunciamento no Plenário na quarta-feira (14), criticou a atuação de Alexandre de Moraes, pedindo seu impeachment.
Para ele, o ministro coordenou pessoalmente as investigações nos inquéritos das fake news e milícias digitais, “função que está fora das atribuições de um magistrado”. O parlamentar lembrou que, de acordo com a matéria, os assessores, a mando do ministro, solicitaram informalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a produção de relatórios sobre investigados nos inquéritos das fake news e das milícias digitais.
O parlamentar alegou que Alexandre de Moraes “desrespeitou o processo legal, direcionando diligências e determinando previamente punições, caracterizando um atentado à democracia”, com o intuito de “fabricar crimes contra adversários políticos”. As informações são do jornal O Globo e da Agência Senado.