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Flávio Migliaccio morreu sem receber a indenização de um processo que já dura 20 anos

Ator deve ser indenizado pela destruição das fitas de rolo com mais de 400 capítulos do programa televisivo. (Foto: TV Globo/Divulgação)

Flávio Migliaccio, que foi encontrado morto aos 85 anos de idade na manhã da última segunda-feira (4), não recebeu a indenização que movia há 20 anos contra a TVE, emissora carioca em que estrelou a série As Aventuras do Tio Maneco, produzida entre 1981 e 1985. O valor da indenização ainda não havia sido definido.

O processo, que corre na 14ª Vara Cível do Rio de Janeiro, garantiu o direito do ator ser indenizado pela destruição das fitas de rolo que continham os mais de 400 capítulos do programa televisivo.

Após a morte do ator, os advogados da Acerp (Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto), sucessora da extinta TVE, entraram com um pedido de suspensão da ação, em curso há 20 anos, até que se apresente um sucessor do artista.

“O valor está a ser definido por um perito a ser definido pela juíza. Quem receberá será Marcelo Migliaccio, filho de Flávio. Eu o habilitarei nos autos como sucessor de Flávio”, afirmou Sylvio Guerra para a revista Quem na tarde desta sexta-feira (8). A informação havia sido divulgada inicialmente pelo jornal O Dia.

Despedida

A morte de Migliaccio foi confirmada pelo 35º Batalhão de Polícia Militar. O boletim de ocorrência trabalha com o registro de tentativa de suicídio e informa ter encontrado uma carta de despedida escrita pelo ator direcionada à sua família.

Atualmente no ar com a reprise, na TV Globo, de Êta Mundo Bom (2016), o mais recente trabalho de Flávio em novelas foi em Órfãos da Terra (Globo, 2019), em que interpretou o personagem Mamede. Neste ano, ele ainda teve a chance de ser visto como o violinista Fego, pai de Hebe Camargo, na minissérie Hebe, gravada no ano passado.

Criado numa família humilde de 16 irmãos, na cidade de São Paulo, Flávio, ainda garoto, queria ser padre e dizia ter sido expulso do seminário por não aceitar o assédio de sacerdotes. Por um período, Flávio precisou trabalhar como engraxate para colocar comida em casa. Além do filho, Marcello, ele deixa a mulher, Yvonne, e a neta, Marina.

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