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Florestas, agropecuária mais sustentável e menos combustíveis fósseis: entenda chaves para frear mudanças climáticas

Projeto que planta árvores no interior de São Paulo também aponta a necessidade de maior conscientização da população. (Foto: Reprodução)

A ocorrência de eventos climáticos extremos, que geram fortes chuvas ou intensificam cenários de seca, está diretamente relacionada às mudanças climáticas. Mas como contê-las?

Florestas, produções mais sustentáveis de alimentos, redução no consumo de combustíveis fósseis e maior conscientização da população estão entre medidas elencadas por especialistas do projeto “Corredor Caipira: Conectando Paisagens e Pessoas”, que realiza reflorestamento, conservação e educação ambiental no interior de São Paulo, com patrocínio da Petrobras.

A seguir, entenda em perguntas e respostas o que causa as mudanças climáticas, os impactos dela e medidas necessárias para evitar que elas ganhem maior proporção:

Mudanças climáticas causaram as enchentes no Sul?

Sim, de acordo com Germano Chagas, um dos coordenadores técnicos do “Corredor Caipira”.

“As fortes chuvas que nós temos visto no Rio Grande do Sul nos últimos dias são uma das consequências das mudanças climáticas, que resultam em eventos extremos, como secas prolongadas em algumas regiões e em chuvas intensas em outras”, explica.

O que causa esse desequilíbrio do clima?

“Essas mudanças climáticas são decorrentes da emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera, que tem como origem diferentes fontes, como o transporte pela queima de combustíveis fósseis, a indústria, a produção de energia elétrica e o desmatamento, que, no caso do Brasil, é a principal fonte de emissão desses gases”, diz Germano.

Qual é o papel das florestas para conter essas mudanças?

De acordo com Germano Chagas, as florestas desempenham um papel fundamental na mitigação do aquecimento global e das mudanças climáticas, de forma a evitar a ocorrência de eventos climáticos extremos.

“Um dos gases de efeito estufa é o gás carbônico e as florestas atuam como grandes reservatórios de carbono, principalmente na madeira das árvores e no solo. Ao queimar essas florestas, a maior parte desse carbono que estava estocado é lançado na atmosfera causando aquecimento global e intensificando as mudanças climáticas”, explica Germano.

“Através de processos como a restauração florestal e a produção em Sistemas Agroflorestais (SAFs), nós podemos reter parte do gás carbônico presente na atmosfera na biomassa das plantas através do processo de fotossíntese”, aponta Girlei Cunha, consultor florestal do projeto.

Como a população deve se envolver no assunto?

O “Corredor Caipira” aponta, ainda, a importância da articulação das pessoas nesse processo, inclusive, junto a formulação de políticas públicas que impeçam ou, ao menos, dificultem o desmatamento.

“É fundamental a mobilização da população para elaboração de políticas públicas locais junto a movimentos sociais e ao poder público, de forma a estabelecer planos municipais de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, considerando aspectos como a redução de combustíveis fósseis e implementação de modelos de produção de alimentos mais sustentáveis e agroecológicos”, diz Karine Faleiros, coordenadora de educação e políticas públicas do projeto.

“Além disso, é fundamental consolidar políticas públicas que criem fundos para grandes investimentos que dificultem o corte de árvores, o desmatamento e a flexibilização do uso de áreas de preservação permanente urbanas e rurais”, completa Karine.

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