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Flórida registra quatro mortes por uso de maconha infectada com veneno de rato

No Estado norte-americano, a cannabis é legalizada apenas para uso medicinal. (Foto: EBC)

Em dez meses, o Estado norte-americano da Flórida contabilizou quatro mortes e 52 casos de pessoas infectadas após ingerirem maconha sintética contaminada por veneno de rato. O primeiro caso foi registrado em dezembro do ano passado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Entre os sintomas relatados pelos infectados, o CDC destaca o sangramento excessivo, dor abdominal e episódios de sangue na urina e no vômito. Os casos começaram a ser registrados na cidade de Tampa, na costa da Flórida.

De acordo com o CDC dos EUA, a cannabis utilizada pelos usuários estava infectada pelo pesticida brodifacoum — veneno comum no combate a ratos, ratazanas e gambás.

Este produto mata o animal, por meio da redução da capacidade do bicho em coagular o sangue, causando hemorragia e sangramento até a morte. Por isso, quando ingerido por humanos, os principais sintomas têm relação com a coagulação sanguínea.

Tratamento

Para remediar a infecção, os pacientes receberam altas doses de vitamina K1 – enzima responsável pelo coágulo sanguíneo.

Como os EUA não oferece sistema de saúde gratuito, parte dos usuários infectados não puderam pagar o tratamento, que pode custar mais de US$ 65.000. Para atendê-los, uma empresa farmacêutica doou comprimidos de vitamina K1 suficientes para os 52 pacientes.

Nos Estados Unidos, 38 dos 50 Estados permitem o uso da maconha para algum fim. Na Flórida, a cannabis é legalizada, apenas, para o caráter medicinal. Dessa forma, para conseguir fumar a erva, o usuário terá de apresentar um cartão de registro no estado e uma receita médica para obtê-la na farmácia.

No Brasil

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma resolução que restringe a prescrição do canabidiol apenas a pacientes de dois tipos de epilepsia.

O canabidiol é uma das substâncias extraídas da planta da maconha. Um estudo feito em 2017, pela Academia Americana de Ciência, Medicina e Engenharia constatou que o extrato de cannabis é eficaz para combater vários tipos de doença.

Essas gotas, hoje no Brasil, tratam doenças, transtornos, distúrbios e sintomas de milhares de pacientes. O remédio é usado em casos de esclerose múltipla, parkinson, depressão, ansiedade, autismo e até câncer, segundo os especialistas.

A norma entrou em vigor nessa semana e só permite indicação para dois tipos de epilepsia: os casos relacionados à Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e ao Complexo de Esclerose Tuberosa. Segundo o CFM, a prescrição para outras doenças só poderá ser feita se o tratamento fizer parte de um estudo científico.

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