Quarta-feira, 19 de março de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2021
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disponibilizou US$ 15 bilhões para o Brasil utilizar na gestão de suas reservas internacionais. Os recursos ficarão disponíveis a partir do dia 23 de agosto.
Esses recursos são parte dos US$ 650 bilhões alocados pelo fundo para os países membros atuarem na estabilização de suas economias após o impacto da pandemia. A distribuição desses recursos depende da proporção de cotas que cada país tem no FMI.
O montante foi reservado para o Brasil em forma de Direitos Especiais de Saque (SDRs, na sigla em inglês). O SDR é um ativo criado pelo FMI baseado em uma cesta de moedas (dólar, iene, yuan, libra e euro) e serve como um possível recurso extra para o gerenciamento das reservas internacionais. Não há custos para sua utilização.
As reservas internacionais servem como um seguro do país para suas obrigações no exterior, como dívidas e financiamentos. Além disso, são consideradas um “colchão de segurança” para choques, como crises cambiais e momentos de volatilidade alta do dólar.
Em países que não contam com reservas, o SDR pode auxiliar na estabilização do valor da moeda local.
Já o Brasil tem reservas internacionais consideradas robustas, atualmente em US$ 355,9 bilhões e poderá utilizar os recursos disponibilizados pelo FMI se achar necessário.
No início da pandemia, em março de 2020, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) disponibilizou US$ 60 bilhões em operações de swap para o BC brasileiro. Mesmo com a alta volatilidade do dólar e as incertezas econômicas da época, o BC nunca considerou necessário utilizar esse recurso.
Acordo
Com o processo de ratificação do acordo para a criação de uma zona de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) paralisado, a pressão da esquerda europeia para impedir que o entendimento saia do papel é cada vez mais intensa.
A Comissão Europeia, que tem a prerrogativa de submeter ou não o acordo ao Conselho Europeu e ao Parlamento para sua eventual confirmação e assinatura, indicou que o avanço do projeto que altera as regras do licenciamento ambiental no Legislativo brasileiro pesará em sua decisão.
A manifestação foi uma resposta a uma consulta do eurodeputado Miguel Urbán, líder do Anticapitalistas e membro destacado da bancada de esquerda no Parlamento da UE.
O órgão da UE assegurou que, se o Projeto de Lei 3.729/2004 for aprovado e “tiver um impacto negativo na proteção do meio ambiente”, como denunciam diversas ONGs, antes da entrada em vigência do acordo, “isso poderia influenciar a avaliação da Comissão sobre as condições adequadas para a apresentação do acordo para sua ratificação”.
Ou seja, se o projeto já aprovado na Câmara obtiver sinal verde do Senado brasileiro antes da assinatura do acordo entre Mercosul e UE, cenário mais provável, a Comissão Europeia deixou claro que seria criado mais um impedimento para o acordo avançar.