Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Etiene Leandro Azambuja | 18 de outubro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Quem nunca ouviu a expressão “foguete não tem ré”? Sempre usada com confiança quando falamos de crescimento, superação e alcance de metas. Mas, como tudo na vida, até essa ideia foi superada recentemente, quando vimos o foguete Super Heavy, da SpaceX, retornar à base de lançamento. A convicção de que certas forças só avançam em frente foi desafiada.
Agora, foguete tem ré sim! E o que isso muda? Além dos benefícios técnicos — como redução de custos, reaproveitamento de peças e eficiência nas viagens espaciais —, esse fato nos oferece uma nova perspectiva sobre o mundo e uma grande oportunidade de reflexão.
Ao longo da história, muitos paradigmas já foram quebrados. Durante séculos, acreditou-se, por exemplo, que o Sol girava em torno da Terra. Era lógico: não sentimos o movimento da Terra, mas vemos o Sol nascer e se pôr, em pontos diferentes. Até que, séculos atrás, Nicolau Copérnico provou o contrário: a Terra gira em torno do Sol e sobre seu próprio eixo, alternando dias e noites.
Assim como Copérnico teve a coragem de desafiar o pensamento estabelecido, mudando uma percepção de mundo, hoje testemunhamos outra grande mudança. Ver um foguete “dar ré” às vésperas do Dia da Inovação, comemorado em 19 de outubro, me faz refletir sobre a importância de um ambiente que permita o pensamento livre e divergente. Precisamos questionar nossas próprias crenças, pensar por nós mesmos e nos abrirmos ao novo.
Pesquisas feitas apenas para confirmar nossas ideias, ou cercar-se de pessoas que só reforçam o que já acreditamos, são comportamentos que nos colocam em zonas de conforto bastante perigosas. Onde há unanimidade, dificilmente haverá inovação. Ao celebrar o Dia da Inovação, sugiro que ressignifiquemos a metáfora do foguete. Que, assim como ele, saibamos recuar quando necessário para ganhar impulso e alcançar novos voos.
Reconhecer nossas vulnerabilidades e estarmos abertos às verdadeiras diferenças é o que nos faz avançar, sempre lembrando da humanidade que nos conecta.
(Etiene Leandro Azambuja – Pedagoga, Mestre em Educação, especialista em Gestão escolar com MBA em Liderança, Inovação e Gestão)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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