Ícone do site Jornal O Sul

Foi “assalto” ou não? Saiba mais sobre a polêmica cena com Gisele Bündchen na abertura da Olimpíada

Show de abertura contará com a participação da modelo gaúcha desfilando ao som de “Garota de Ipanema”.  (Foto: Reprodução)

Uma cena do ensaio técnico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, realizada no estádio Maracanã, gerou polêmica a quem assistiu ao espetáculo – cerca de 13 mil pessoas, entre voluntários e convidados – e continua dando o que falar. O show de abertura, com quase 5h de duração, contará com a participação da modelo gaúcha Gisele Bündchen, desfilando ao som de “Garota de Ipanema”, do maestro Tom Jobim. Mas o que causou espanto foi o momento em que a top model (o ensaio foi feito com uma dublê) parecia ser assaltada por um ator que, logo depois, fugiu de dois policiais.

Na sequência da cena, o jovem, após assustar a modelo e correr da polícia, se aproxima novamente da moça, que, dessa vez, o protege. No final, eles se abraçam e todos saem de cena felizes. Parte da plateia considerou a cena um assalto. Outros, acharam que houve preconceito com os meninos de rua.

Nas redes sociais, o cineasta Fernando Meirelles, um dos responsáveis pelo evento, negou a informação de que a cena é um assalto. Mas isso não foi o que algumas pessoas interpretaram ao ver a apresentação.

Netho Vidigal, vocalista do grupo “Ernesto e Banda Show”, assistiu ao evento. Ele destaca que a modelo entra pela diagonal do campo e vai caminhando em direção a uma favela (cênica).

“Até aí tudo bem. Todos estão felizes em ter uma brasileira representando o nosso País. Mas mostrar um assalto não caiu bem, foi de mau gosto”, avalia o artista.

“Tudo bem que essa é a realidade de quem vive no Rio. Mas em um momento em que a cidade é o foco internacional, essa cena foi desnecessária. São mensagens que a gente não consegue entender. Tem que ter isso no roteiro? A polícia correndo atrás de um jovem. O que querem representar com isso?”, lamenta o cantor.

O bailarino, coreógrafo e diretor Carlos Leça adorou o espetáculo. Mas garantiu que essa cena ele não usaria em um de seus trabalhos. “Prefiro ir pelo lado cultural do que essa coisa política. Como diretor, não sei qual a visão que eles têm. Cada um quer dar o seu recado, o espetáculo não é só Floresta Amazônica. Mas eu colocaria a nossa top entrando linda com uma canga e mandando um beijo para o público, como a ‘Garota de Ipanema’”, diz Leça, que também estava no ensaio.

Segundo a assessoria de imprensa do Comitê Organizador do evento, por ser um ensaio técnico, alguns quadros do espetáculo ainda podem mudar. A assessoria não revelou a mensagem da cena e disse que será uma surpresa.

Espetáculo.

O espetáculo, que será apreciado por 3 bilhões de espectadores no mundo todo, também contará com o voo de um 14 Bis, a invenção de Santos Dumont, que atravessará todo o estádio, suspenso em um cabo. O evento apresentará um resumo da história do Brasil, da chegada dos colonizadores portugueses à urbanização das grandes cidades. No início, três caravelas cruzam o gramado, protegido por uma grande lona. Projeções e dançarinos em fantasias azuis simulam o mar. (AD)

Sair da versão mobile