Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2019
Foi criada pelo assessor internacional de Bolsonaro, Filipe G. Martins, a história de que Donald Trump enviaria Eric Trump, seu filho, para ser embaixador dos Estados Unidos em Brasília. A informação foi divulgada pouco depois do anúncio da possível indicação do filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como embaixador do Brasil em Washington, mas foi desmentida pelo próprio Eric.
Rumor
Eric Trump afirmou, por meio de porta-voz, que as especulações em torno de sua nomeação como embaixador dos Estados Unidos no Brasil não passam de rumor. A informação foi enviada por uma representante de Eric, que atualmente é vice-presidente executivo da Trump Organization, império construído pelo pai antes de se tornar presidente dos EUA.
“Eric conduz a Trump Organization e é comprometido com o negócio”, afirmou uma auxiliar do terceiro filho do presidente americano. “Mesmo o Brasil sendo um país incrível, isso não é nada mais que um rumor.”
A possibilidade de nomeação de Eric Trump havia sido aventada inclusive pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro que deve ser indicado para o posto de embaixador do Brasil em Washington.
Auxiliares do presidente americano chegaram a rir da hipótese levantada no Brasil. “É nonsense completo”, disse um dos homens próximos a Trump, na condição de anonimato. “Tenho certeza de que é fofoca pura.”
Racha
A possibilidade de o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ser indicado para o cargo de embaixador do Brasil nos EUA acirrou uma disputa interna pelo comando do PSL paulista e pela escolha de um nome para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2020.
No último dia 10, o filho do presidente Jair Bolsonaro assumiu o comando do diretório de São Paulo – o maior colégio eleitoral do País – em meio a um racha entre os grupos da deputada Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso, e do senador Major Olímpio, líder do PSL no Senado.
Alinhado ao governador João Doria (PSDB), o grupo de Joice (apoiado pelo deputado Alexandre Frota) defende que a líder do governo seja candidata à Prefeitura, enquanto Eduardo e Olímpio rejeitam uma aproximação com os tucanos e trabalham pela candidatura de José Luiz Datena. Em 2018, o apresentador chegou a se lançar ao Senado pelo DEM, mas neste ano negocia a filiação ao PSL.
Com Eduardo eventualmente afastado de São Paulo, ficaria um vácuo no comando do partido. Como o diretório paulista opera em caráter provisório, a escolha do novo presidente não precisaria ser referendada por convenção e dependeria apenas do aval do diretório nacional, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PSL-PE).
O nome de Eduardo para a embaixada americana foi lançado pelo próprio pai. Entre os atributos citados que o credenciariam para a vaga, estariam o inglês fluente e canais abertos inclusive na Casa Branca. O próprio Eduardo chegou a destacar outros pontos, como um intercâmbio “no frio do Maine” (estado que faz divisa com o Canadá), onde “já fritei hambúrguer”.
O senador Major Olímpio, que presidiu o PSL-SP antes de Eduardo, disse que o nome “natural” para comandar o partido seria o do deputado estadual Gil Diniz, líder do PSL na Assembleia Legislativa, que contaria com o aval de Eduardo. Ainda segundo ele, Diniz poderia ser o candidato do PSL em 2020.
“Quem deve ficar na presidência é o Gil, que é o vice-presidente. Eles [Frota e Joice] são filiados e ponto. Não têm nenhuma força de exigência, de voto ou de grupo no partido. O Gil tem uma ligação com os Bolsonaro”, disse o senador.
Sobre a eleição de 2020 na capital, Olímpio defendeu o nome de Gil Diniz por ser “o mais genuíno” dos bolsonaristas. Outros setores do PSL paulista defendem que Eduardo escolha o próximo presidente do partido antes de ir para Washington. “Com a saída do Eduardo, é natural que ele indique o sucessor”, disse a deputada Carla Zambelli.