Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2024
Pesquisa realizada pela CloudZero constatou que mais do que o vaso sanitário, os fones de ouvido são os dispositivos mais sujos que podemos ter em casa com uma média de 1.073 colônias de bactérias. Seguido por laptop, mouse de computador, teclado e telefone.
Os laptops, por exemplo, acumulam duas vezes mais bactérias do que uma lixeira pública e abrigam mais mofo do que qualquer outro equipamento tecnológico. Especialistas dizem que esquecer de limpar esses dispositivos comuns pode estar expondo as pessoas a patógenos potencialmente perigosos.
Dispositivos eletrônicos, como os telefones celulares e até mesmo os fones de ouvido são tocados com frequência e colocados em várias superfícies — mesas, balcões, transporte público e banheiros — acumulando germes que são facilmente transferidos para as mãos e rosto.
Para ver o quão suja a tecnologia realmente é, os pesquisadores coletaram amostras de 38 dispositivos, além de lixeiras, maçanetas de ônibus e assentos de vasos sanitários para contextualizar.
As amostras foram então enviadas ao laboratório e deixadas para crescer em placas de Petri. Ao contar o número de colônias bacterianas distintas que surgiram, os cientistas conseguiram estimar quantas cepas diferentes de bactérias estavam vivendo no dispositivo original.
Os dispositivos mais sujos foram os fones de ouvido, que tinham em média 1.073 colônias de bactérias. Para efeito de comparação, isso faz com que um par médio de fones de ouvido seja duas vezes mais sujo que um assento de vaso sanitário, que tem 425 colônias, e apenas um pouco mais limpo que uma lixeira pública média, com 1.100.
Alguns pares de fones de ouvido testados produziram mais de 3.000 colônias de bactérias — sete vezes mais do que o vaso sanitário. Isso provavelmente ocorre porque o suor e o calor de nossas cabeças criam o ambiente perfeito para as bactérias florescerem e crescerem.
Em segundo lugar ficaram os laptops, que abrigavam em média 645 colônias de bactérias.
Isso significa que o laptop que você usa para trabalhar, assistir TV ou jogar pode estar mais de três vezes mais sujo que as maçanetas do ônibus que produziu apenas 190 colônias.
Os laptops foram seguidos de perto pelos mouses de computador com 408 colônias e os teclados com 237.
Os pesquisadores descobriram que os dispositivos pessoais mais limpos são os telefones, que abrigam em média 187 colônias de bactérias.
No entanto, não há garantia de que seu dispositivo estará limpo, pois os telefones mais sujos testados no estudo estavam cobertos com 1.130 colônias bacterianas diferentes.
O que torna isso particularmente preocupante é que os telefones são os dispositivos com os quais temos contato mais próximo, aumentando o risco de transferência de bactérias perigosas.
Segundo os pesquisadores, foram encontradas em quase todos os dispositivos as bactérias Staphylococcus e Micrococcus. Essas bactérias comuns geralmente são encontradas em nossa pele ou no ambiente e provavelmente são transferidas para dispositivos por humanos. Nenhum deles é particularmente perigoso para um indivíduo saudável, mas o estafilococo pode causar infecções, e o micrococo pode representar riscos para pessoas com sistema imunológico enfraquecido.
Mais preocupante foi a presença da bactéria Pseudomonas encontrada crescendo em alguns fones de ouvido e mouses de computador. Essa bactéria é comumente encontrada em fezes de baratas e pode causar infecções oculares, erupções cutâneas, espinhas cheias de pus, diarreia, dores de cabeça e outras condições.
Para aqueles com sistema imunológico enfraquecido, a Pseudomonas pode até causar pneumonia, infecções do trato urinário e sepse. A bactéria também é conhecida por seus altos níveis de resistência antibacteriana, tornando as infecções extremamente difíceis de tratar.
Higiene
Segundo especialistas, a melhor forma de evitar este tipo de contaminação é manter as mãos sempre higienizadas e limpar com frequência o aparelho. Não há como mensurar o nível de contaminação, mas é uma superfície altamente contaminada.
A higienização pode ser feita com pano seco, para remoção mecânica das bactérias e depois um pano molhado com álcool isopropílico, que é um produto que retira quase 100% das bactérias e também é um produto utilizado para limpar placa de celular. Não se deve usar álcool, acetona, alvejantes ou produtos à base de sabão.
O álcool tem poder desengordurante e elimina facilmente gorduras e sujeiras dos equipamentos, mas também é agressivo, pois pode penetrar nos plásticos e telas dos aparelhos e ressecá-los, podendo causar manchas, rachaduras e quebras. Outros produtos de limpeza em geral possuem aditivos básicos com PH altos, que podem reagir com as superfícies delicadas dos equipamentos, podendo causar manchas e outros danos.
O ideal é nunca aplicar líquidos diretamente sobre as superfícies, pois apesar de seguros eles podem penetrar na eletrônica dos equipamentos e causar danos irreparáveis. Por isso, é recomendado que a aplicação seja feita por meio de lenços e toalhas que, geralmente, acompanham os produtos.
Os especialistas recomendam que a limpeza de tablets e celulares seja feita diariamente, em razão do acúmulo da gordura corporal, além de ácidos trazidos pelas mãos e outras sujeiras transmitidas pela boca e face.
Nos computadores, teclados, notebooks e impressoras, ar comprimido para limpá-los é uma boa escolha de produto. Isso vai remover quaisquer indícios de poeira e acúmulo de sujeira, e pode ser usado em diversas direções, facilitando a limpeza. Recomenda-se a higienização pelo menos uma vez por semana.