Sexta-feira, 11 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de maio de 2017
Onze meses após edição de decreto obrigando a FAB (Força Aérea Brasileira) a transportar órgãos, 258 já foram levados para transplantes pelos aviões da Aeronáutica. O decreto foi editado depois de uma reportagem que mostrou que a FAB era obrigada a levar autoridades, mas não órgãos.
O jornal O Globo revelou que 153 órgãos deixaram de ser destinados a transplantados entre 2013 e 2015 por falta de disponibilidade da FAB. Nos mesmos dias, a Força Aérea teve de levar autoridades para compromissos oficiais ou retorno a suas residências. De 2011 a 2015, foram 982 recusas, uma a cada dois dias.
O número de quase dois órgãos carregados por dia desde o decreto será usado a favor do governo na próxima sexta-feira, quando completa-se um ano desde que Temer assumiu a Presidência interinamente. No Palácio do Planalto haverá uma reunião ministerial e deve ser feita uma cerimônia. O presidente cogita gravar um vídeo para as redes sociais enaltecendo as medidas que tomou no último ano.
Segundo dados do governo, 42% dos órgãos levados desde o decreto, em 6 de junho do ano passado, foram fígados, o equivalente a 109 órgãos. Em seguida vêm: 72 corações, 58 rins, dez pâncreas e nove pulmões. O levantamento considera os voos até o fim da manhã da última terça-feira. Antes de órgãos serem prioridades, por lei, para a FAB, os trajetos eram raros. No ano passado, de janeiro a junho, foram trasladados somente cinco: três fígados e dois corações.
A medida do governo Temer veio à época no primeiro mês de interinidade. O presidente determinou que sempre haja um avião da FAB em solo à disposição para carregar órgãos e até pacientes. Até então, órgãos podiam ser desperdiçados e cirurgias, inviabilizadas. Enquanto isso, a Aeronáutica era obrigada a atender pedidos de transporte de ministros da Esplanada e de presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado e da Câmara. (AG)