A unidade central do Instituto Médico Legal, em São Paulo, começou neste domingo o processo de liberação dos corpos do acidente aéreo com voo da Voepass. A tragédia deixou 62 mortos na sexta-feira (9), e foi uma das mais letais da história aérea do País. De acordo com o governo de São Paulo, um corpo havia sido liberado e outro sete teriam o processo finalizado nesse domingo.
A força do impacto do acidente dificulta o reconhecimento das vítimas. Dos 58 passageiros e quatro tripulantes mortos, 12 tiveram os corpos identificados desde sábado (10). Os familiares têm sido os primeiros a serem informados sobre a perícia. Os nomes das vítimas reconhecidas pelo IML não foram revelados, com exceção do piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos.
Mais de 40 famílias passaram pelo Instituto Oscar Freire, próximo ao IML central, desde sábado. Parentes diretos têm fornecido material biológico e apresentado documentos sobre as vítimas, como exames médicos, o que facilita a identificação dos corpos.
Outros 17 familiares foram atendidos em Cascavel, no Paraná, de onde saiu a aeronave na última sexta-feira. Mais cedo, nesse domingo, representantes da Superintendência de Polícia Científica do Paraná e de São Paulo, do Instituto de Identificação de São Paulo (IIRGD) e do IML de São Paulo se reuniram com o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos (PL), para discutir os trâmites para o translado das vítimas. A cidade prepara um velório coletivo.
O IML Central foi direcionado para o atendimento exclusivo ao caso, com 40 técnicos que trabalham com na perícia dos mortos. O acesso ao local foi bloqueado. Familiares das vítimas que foram acomodados em hotéis na capital paulista têm sido levados para o Instituto Oscar Freire com vans e ônibus.
Postos para atendimento foram abertos também em Cascavel, no Paraná, e em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, sede da Voepass. As famílias que não viajarem a São Paulo podem entregar os documentos sobre as vítimas nesses centros. Peritos também têm realizado a coleta de material biológico que é enviado para capital paulista.
O trabalho de retirada dos corpos dos escombros em Vinhedo foi finalizado na noite de sábado, próximo das 22h30min. As vítimas foram levadas em furgões para São Paulo.
As causas do acidente aéreo ainda não foram esclarecidas. A apuração é feita pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), que pretende apresentar em 30 dias um relatório preliminar sobre a tragédia. No local de queda da aeronave, os investigadores têm trabalhado na coleta de escombros e peças do avião.
As caixas-pretas com gravações da cabine e dados do voo foram enviadas no sábado para Brasília. De acordo com chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), brigadeiro Marcelo Moreno, 100% do material foi recuperado. As informações são do jornal O Globo.