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Forças Armadas tentam blindar o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio, mas criticam os generais Braga Netto e Heleno

O Alto Comando tem reforçado as críticas a ex-ministros da ala militar de Jair Bolsonaro. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Militares da atual cúpula das Forças Armadas atuam para blindar o ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira na investigação por tentativa de golpe de Estado. Por outro lado, o Alto Comando tem reforçado as críticas a ex-ministros da ala militar de Jair Bolsonaro, como os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Ex-comandantes implicam Bolsonaro diretamente em plano golpista
Na tentava de proteger o ex-ministro, integrantes da caserna destacam que seu cargo como chefe da pasta da Defesa era de “natureza política” e que, por ser um quadro do governo, Nogueira estaria “mais suscetível” às pressões e ordens do então presidente, tanto na eleição, quanto após a sua derrota.

A leitura que membros do Alto Comando fazem é que, a decisão de Nogueira, de deixar o Exército para assumir a pasta da Defesa, foi uma “troca ruim” para o general. Como informou a coluna, em depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante da Força, Freire Gomes, implicou diretamente Jair Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira na trama golpista.

A imagem do general junto a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também é negativa. Há a avaliação de que, se Nogueira estivesse à frente do Exército quando Bolsonaro foi derrotado, o general teria aceitado a embarcar no golpe.

O amparo que Nogueira tem encontrado nas Forças Armadas não se repete com outros ministros militares que acompanharam Bolsonaro desde o início de seu governo, como Heleno e Braga Netto. A avaliação da atual cúpula militar é que eles teriam sido excessivamente subservientes ao ex-presidente.

O general mais abandonado é Braga Netto, especialmente pelos ataques que orientou contra colegas de caserna e suas famílias. O militar, no entanto, tem feito um mea-culpa sobre as críticas que vieram à tona, por meio das investigações da PF, e diz se arrepender de ter “agido com o fígado”.

Detalhamento

Os depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica) para a Polícia Federal comprometeram o ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, o general Paulo Sergio Nogueira, na trama golpista que visava impedir a posse de Lula.

Ambos relataram aos investigadores a participação de Nogueira em ao menos duas reuniões onde temas relativos a um golpe de Estado foram debatidos. Um dos encontros foi convocado por Bolsonaro com os comandantes das Forças, após ser derrotado nas eleições de 2022.

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