Os fortes temporais que atingem todo o Estado desde a tarde de quarta-feira (14) causaram estragos principalmente na Região Metropolitana, na Região Central e na Fronteira, segundo a Defesa Civil. Conforme o último balanço do órgão, 55 municípios foram atingidos. Houve ventos de até 130 quilômetros por hora e queda de granizo em municípios como Esteio, Sapucaia do Sul e Canoas, além de cidades do Vale do Sinos e do Litoral Norte. Três pessoas morreram – uma em Porto Alegre e duas em Rio Pardo. Mais de 700 mil residências estavam sem luz no RS na manhã desta quinta-feira (15).
Na Capital, no bairro Sarandi, um jovem tentou atravessar um arroio e foi levado pela correnteza. O corpo foi encontrado nesta manhã. O forte temporal, com ventos de até 116 quilômetros por hora, registrado no fim da noite de quarta, arrancou um toldo e parte da estrutura metálica na escola Imperadores do Samba, na avenida Padre Cacique, deixando 11 feridos. Havia um evento no local. Todos passam bem. Em Rio Pardo, as mortes ocorreram após a queda de uma árvore sobre uma casa. As vítimas são uma jovem de 21 anos e o filho de 3.
Vários pontos de alagamento são registrados na Capital. A rodoviária voltou a alagar. Dezenas de árvores caíram e diversos semáforos estão fora de operação. A EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) trabalha com 260 agentes nos pontos mais críticos e oito equipes de manutenção semafórica. “A orientação para as pessoas é que, se possível, não saiam de casa enquanto não haja redução dos problemas no trânsito. Aos que estão circulando nas ruas, pedimos que tenham paciência para evitar acidentes”, afirmou o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari. Pelo menos 20 trechos de 15 rodovias apresentam problemas no RS.
A estrutura montada para a Feira do Livro na Praça da Alfândega foi danificada. Já a estrutura da Feira do Livro Infantil, que ocorre no Parque Germânia, ficou destruída. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e o Foro Central de Porto Alegre estão sem atendimento devido ao grande acúmulo de água no bairro Praia de Belas. O Hospital de Clínicas e outras instituições de saúde da Região Metropolitana estão com o atendimento prejudicado em razão dos estragos causados pelo temporal.
Falta de água
Segundo o Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos), a falta de energia elétrica provoca desabastecimento de água nas áreas atendidas pelas estações Menino Deus e Tristeza: Menino Deus, Glória, Medianeira, Vila João Pessoa, Bom Jesus, Santo Antônio, Nonoai, São José, Ipanema, Camaquã, Guarujá, Serraria, Espírito Santo, Vila Conceição, Vila Assunção, Partenon, Cristal, Cavalhada, Jardim Botânico, Aparício Borges, Santa Teresa, Três Figueiras, Teresópolis, Jardim do Salso, Praia de Belas, Chácara das Pedras, Petrópolis, Vila Nova, Azenha, Santana, Jardim Carvalho, Cascata, Tristeza, Centro, Boa Vista, Cidade Baixa, Vila Jardim, Belém Velho, Agronomia, Mont Serrat, e Lomba do Pinheiro.
Trensurb
A Trensurb informou que as estações Mercado, Rodoviária e São Pedro não abrem nesta manhã devido ao alagamento da via entre as estações Farrapos e São Pedro e em função do alagamento do saguão da estação terminal no Centro de Porto Alegre. Portanto, os trens devem circular somente entre as estações Farrapos e Novo Hamburgo, com intervalos de 10 minutos. Não há previsão de normalização dos serviços nestas estações.
Doações
A Defesa Civil Estadual está monitorando as áreas mais afetadas. Em caso de emergência, deve ser feito contato pelo telefone 199, que atende 24 horas. Já para a entrega de roupas, agasalhos, colchões, água potável, alimentos não perecíveis e produtos de limpeza, entre outros itens, deve ser procurada a Central de Doações, que funciona no Centro Administrativo do Estado, na avenida Borges de Medeiros, 1.501, em Porto Alegre. No interior do RS, os donativos podem ser encaminhados aos postos da Brigada Militar ou às prefeituras.
Rodovias
O Estado continuava, até o final dessa quinta-feira, com bloqueios totais ou parciais em ao menos 15 pontos de rodovias (cinco federais e dez estaduais). A RSC-287, em Santa Maria, segue totalmente interditada devido à queda do aterro de uma das cabeceiras da ponte sobre o arroio Figueira. A recomposição tem previsão de término de dez dias.
Confira abaixo imagens dos estragos em Porto Alegre: