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Publicada nas redes sociais, foto de Bolsonaro sem camisa deixa a cúpula de seu partido furiosa

A imagem foi alvo de memes na internet e considerada de “péssimo gosto” por dirigentes do partido. (Foto: Reprodução/João Menna)

A divulgação de uma fotografia do ex-presidente Jair Bolsonaro sem camisa, expondo uma cicatriz deixada pela facada que levou no abdômen durante a campanha eleitoral de 2018, irritou a cúpula do seu partido, o PL. A imagem foi alvo de memes na internet e considerada de “péssimo gosto” por dirigentes do partido de Bolsonaro, que relataram não terem sido consultados previamente sobre a publicação. As informações são do blog da Mallu Gaspar, de O Globo.

No mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu o julgamento em que tornou o ex-presidente inelegível e o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o advogado Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, divulgou o retrato do ex-presidente, como tentativa de demonstrar apoio nas redes sociais.

“Vítima, dessa tal DEMOCRACIA, que joga há muito tempo fora das 4 linhas, não por palavras e sim por atos e decisões. Fique firme Pr @jairmessiasbolsonaro tamo junto, SEMPRE”, escreveu Wajngarten, em seu perfil no Instagram.

Na avaliação de integrantes do partido ouvidos reservadamente pela equipe da coluna, a publicação do ex-assessor de Bolsonaro vai na contramão do trabalho que está sendo feito pelo time de comunicação, mostrando o ex-presidente “vulnerável”, “enfraquecido” e “grotesco”.

Mais recentemente, o ex-Secom passou a costurar sua eventual indicação como candidato a vice do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em 2024. A empreitada não conta com a simpatia da cúpula do PL, mas Wajngarten conta com o apoio de Bolsonaro para demover as resistências internas.

O ex-secretário e atual assessor do ex-presidente acumula desgastes no PL desde que assumiu a coordenação da comunicação da campanha de Bolsonaro à reeleição a três meses do primeiro turno da eleição.

Conforme informações obtidas pela colunista, interlocutores do então presidente viam o ex-secretário de Comunicação como o principal incentivador de falas radicais de Bolsonaro enquanto Lula avançava nas pesquisas de intenção de voto. Antes do embarque bolsonarista no PL, Wajngarten já havia sido exonerado da Secretaria de Comunicação por atritos dentro do governo.

Após a derrota nas urnas, o partido chefiado por Valdemar Costa Neto acatou um pedido de Bolsonaro e contratou o ex-secretário com pagamentos mensais para assessorar Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle.

A ex-primeira-dama, no entanto, garantiu uma equipe de comunicação própria após fazer chegar à cúpula do partido que tinha reservas ao perfil do ex-secretário, visto por ela como muito “radical”.

Desde então, Wajngarten tem atuado como assessor de imprensa, porta-voz e até gestor de crises. O exemplo mais contundente até a conclusão do julgamento no TSE havia sido o escândalo das joias sauditas, quando o assessor veio a público defender o ex-presidente e Michelle das suspeitas de apropriação de presentes que são de patrimônio público.

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