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FPS 30, 60 ou 100: saiba se o fator de proteção solar realmente importa

O uso regular de protetor solar é uma das medidas mais eficazes para prevenir o câncer de pele. (Foto: Reprodução)

FPS 30, 50, 70, 100. Na hora de escolher o protetor solar, você sempre opta pelo fator mais alto? O fator de proteção solar (FPS) indica o tempo adicional que sua pele pode ficar exposta ao sol sem se queimar, em comparação à exposição sem proteção.

Ou seja, se você leva cinco minutos para ficar vermelho do sol e o protetor tem FPS 50, você levaria 250 minutos para ficar vermelho (5 minutos x 50).

Então, devemos sempre priorizar o fator mais alto? Não é bem assim. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) sugere que as pessoas usem, pelo menos, protetores com o FPS 30. No entanto, pessoas com pele clara, olhos claros, com histórico de câncer de pele e idosos, por exemplo, devem investir em FPS maiores, entre 50 e 70.

Vale lembrar que a proteção vai além do uso do filtro solar, que deve ser aplicado pelo menos 15 minutos antes do início da exposição ao sol. Outras barreiras físicas são importantes, como chapéus, bonés, guarda-sóis e roupas feitas com tecido com proteção UV. Evite também ficar exposto ao sol nos horário mais quentes, especialmente entre 9h e 15h.

FPS 30, 60, 100…

Como explicado no começo do texto, o fator de proteção solar indica a capacidade do produto de proteger a pele contra a vermelhidão. Estudos já demonstraram que, embora a diferença entre 30 e 100 pareça grande, o ganho de proteção é pequeno — até 3%.

Um fator 30 protege contra 96% da radiação.
Um fator 60 protege contra 98% da radiação.
Um fator 100 protege contra 99% da radiação.

“Muitas vezes o paciente acha que vai gastar mais com o fator 100 para estar duas vezes mais protegido, mas a diferença é pequena. O mais importante é fazer a aplicação correta”, alerta a dermatologista Marcelle Nogueira, PhD em envelhecimento pela Universidade de São Paulo (USP).

Marcelle ressalta que os fatores mais altos são indicados para as pessoas que precisam desses 2% ou 3% a mais de proteção, como pessoas com pele, cabelos e olhos claros; pessoas com familiares com histórico de câncer de pele; ou pessoas com facilidade de apresentar queimaduras de sol e têm a pele com manchas, pintas ou sardas.

Além disso, depois de duas horas, todos os fatores perdem a proteção. Por isso, a reaplicação do protetor solar é essencial para manter-se seguro contra o sol.

“O recomendado é sempre reaplicar a cada duas horas quando exposto. E isso vale também para os filtros resistentes à água. Se você usou um protetor 60, depois de dois banhos, ele cai para 30. Se você entrou na água, suou muito, você precisa reaplicar o protetor, mesmo os resistentes”, completa Marcelle Nogueira.

Em spray, bastão, gel ou creme: tipos de protetor

Hoje, a indústria oferece o produto de diversas formas. Reinaldo Tovo, dermatologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que existem diferenças entre os protetores em creme, gel, spray e bastão. A indicação vai depender do tipo de pele da pessoa.

Para pacientes jovens, com tendência maior para acne, é interessante usar em gel. Um paciente de maior idade que precisa de uma maior hidratação, o protetor em creme, que favorece a hidratação, é mais indicado.

E a cor?

Thais Buffo, dermatologista e assessora do departamento de oncologia cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que os filtros solares com cor tendem a ter a ter uma barreira física adicional.

“Eles são recomendados não só para cobrir manchas e imperfeições, mas também para uma proteção maior, principalmente para luz visível, como computadores e telas. Eles são indicados para pacientes com melasma, por exemplo”, diz a especialista.

Protetores solares e prevenção do câncer de pele

O uso regular de protetor solar é uma das medidas mais eficazes para prevenir o câncer de pele.

“Nós sabemos que a radiação ultravioleta causa um dano no DNA celular. Com isso, a célula passa a se multiplicar de uma maneira anômala, formando células diferentes, células cancerígenas. O protetor solar bloqueia a ação do ultravioleta B, do ultravioleta A de espectro longo, fazendo com que essas células fiquem protegidas”, pontua Reinaldo Tovo.

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