Os governos da Espanha, da Alemanha, da França e do Reino Unido se manifestaram neste sábado (26) em favor de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, que se autoproclamou presidente interino do país em substituição a Nicolás Maduro. As potências europeias exigiram novas eleições no país sul-americano.
Pelo Twitter, o presidente francês Emmanuel Macron declarou que a “o povo venezuelano deve decidir livremente seu futuro” e que a França pode reconhecer Guaidó como presidente enquanto não é realizadas novas eleições para resolver o impasse político na Venezuela.
Em pronunciamento oficial, o primeiro-ministro da Espanha (presidente de governo) Pedro Sánchez estabeleceu prazo de oito dias para que Maduro convoque “eleições justas, livres, transparentes e democráticas”.
Segundo a porta-voz do governo alemão, Martina Fietz, “se as eleições não forem anunciadas no prazo de oito dias, a Alemanha está pronta para reconhecer Juan Guaidó como presidente interino”.
Durante a semana, a União Europeia já havia manifestado apoio às novas eleições e apoio à Assembleia Nacional da Venezuela. Brasil, Argentina, Colômbia, Canadá e Estados Unidos já reconheceram Guaidó como presidente.
Aliados de Maduro
México, Cuba, Irã, Turquia declararam apoio a Nícolas Maduro. Rússia e China divulgaram manifestações incisivas contra qualquer intromissão externa na política venezuelana.
Em Caracas, Maduro, que governa a Venezuela desde 2013, tendo sido reeleito em pleito em 2018 sob suspeição, denuncia o que chama de “golpe midiático” contra a Venezuela promovido pelos Estados Unidos. ”Há uma imensa campanha de desinformação e manipulação contra a Venezuela mais uma vez”.
“Falso diálogo”
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino venezuelano, declarou na sexta-feira (25) que não terá nenhum “falso diálogo” com o presidente Nicolás Maduro.
No mesmo dia, Maduro disse estar disposto a se encontrar com Guaidó e com os demais líderes oposicionistas. Ele disse estar aberto ao diálogo e à negociação. Em entrevista coletiva, concedida no Palácio Miraflores, sede do governo, Maduro disse que se a oposição se abrir “a um diálogo razoável, sincero e à favor dos interesses da maioria dos venezuelanos”, estará aberto a um encontro.
Guaidó participou de um ato em Caracas, onde recusou a possibilidade de conversar com Maduro. “Que o usurpador [Maduro] deixe o cargo, se estabeleça um governo de transição e tenhamos eleições livres. [Eles] creem que vamos nos cansar, que isto [os protestos] vai se desinflar. Mas aqui, nada se cansa, nem se rende”, discursou.
Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela e a iniciativa obteve apoio do Brasil, dos Estados Unidos, da ONU (Organização das Nações Unidas), da OEA (Organização dos Estados Americanos), além de vários países individualmente.
O impasse na Venezuela permanece, pois Maduro não reconhece a legitimidade de Guaidó, agravando a crise política, econômica e humanitária no país. Na sexta-feira, a alta comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou a violência que tem permeado os protestos organizados na Venezuela.