Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2021
Parlamentares da França aprovaram a prorrogação, até 31 de julho de 2022, da exigência “passaporte vacinal”. O documento é obrigatório desde o verão no Hemisfério Norte (inverno no Brasil) em locais que recebem mais de 50 pessoas, bem como bares, restaurantes, shopping centers, centros culturais e hospitais (exceto emergências).
Para obtê-lo, os cidadãos do país europeu precisam estar completamente imunizados (duas doses ou injeção única) ou então apresentarem teste negativo para coronavírus. Desde outubro, este exame é pago para quem já está apto à receber a picada no braço mas ainda não buscou o serviço.
Após uma série de idas e vindas com o Senado, o sinal-verde ao novo prazo foi dado pela maioria dos deputados federais, com um placar de 118 votos a favor, 89 contrários e uma abstenção. A medida foi proposta pelo governo.
“A situação sanitária e sua evolução nos próximos meses justificam completamente”, argumentou antes da sessão o secretário de Estado Adrien Taquet, falando em nome do Executivo. Ele se referia a um eventual aumento de contágios pelo coronavírus.
O resultado foi alvo de críticas pela oposição, já em plena pré-campanha eleitoral para a presidência do país europeu, previstas para abril e maio. Partidos contrários já anunciaram o envio de recurso ao Conselho Constitucional.
Inicialmente, o Senado e a oposição defendiam a prorrogação até 28 de fevereiro, a fim de obrigar o governo francês a reapresentar a medida às duas Casas legislativas antes do pleito presidencial de 2022.
Torre Eiffel
Em meio a dificuldades financeiras causadas pelas restrições de atividades na pandemia, a Torre Eiffel recebeu em outubro uma visitação semelhante à que era registrada antes da chegada do coronavírus, em março de 2020.
A informação foi divulgada ao mesmo tempo em que as autoridades de Paris realizaram uma reunião de cúpula com o objetivo de manter a França na posição de principal destino turístico do mundo e atrair investidores.
Durante o verão europeu, a cada dia mais de 13 mil pessoas visitaram o mais conhecido símbolo da Cidade-Luz. A média antes da pandemia era de 25 mil, ou seja, um número equivalente se for considerada o atual limite de 50% na lotação máxima de seus elevadores.
Já nos fins de semana de outubro, o número de turistas aumentou para mais de 20 mil, ou seja, “melhor que em 2019” no mesmo período, informou a Sete, empresa que administra o monumento e que observou um “retorno” de cidadãos de países vizinhos e dos Estados Unidos.
Quem visita a “dama de ferro” – como é conhecida a Torre Eiffel – pode ver as obras de pintura que já foram retomadas após a suspensão iniciada em fevereiro por causa da presença de vestígios de chumbo acima do nível permitido. Os trabalhos devem ser concluídos até a Olimpíada de 2024.
O monumento teve as suas portas reabertas em julho, após nove meses de fechamento, e registrou “um bom mês de outubro”, graças a uma “real volta do turismo” à capital francesa, de acordo com a empresa administradora.
Nem a exigência do passaporte sanitário atrapalhou a visitação. Os turistas não vacinados devem apresentar testes de antígeno negativo para covid. Entretanto, com 1,5 milhão de visitantes previstos para este ano (comparados a 6,2 milhões em 2019), esse retorno progressivo não permitirá cobrir as perdas acumuladas com a crise.
Para este ano, a empresa prevê perdas de 75 milhões de euros (cerca de R$ 482 milhões). Em 2020, teve um déficit de 52 milhões de euros (cerca de R$ 334 milhões).
O encontro de aproximadamente 50 empresários locais e internacionais do setor com o presidente Emmanuel Macron faz parte da elaboração de um plano para reconquistar o turismo, pretendido pelo governo. Seus principais tópicos devem ser apresentados em meados deste mês pelo primeiro-ministro francês, Jean Castex.