Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2022
As autoridades francesas retiraram neste domingo (2) do Arco do Triunfo, em Paris, uma grande bandeira da União Europeia (UE), depois que oponentes de direita e de extrema direita do presidente Emmanuel Macron o acusaram de “apagar” a identidade francesa.
A bandeira foi colocada temporariamente no local na véspera de Ano Novo, para marcar o início da presidência de seis meses da França na UE. O governo francês nega que a bandeira tenha sido retirada por pressão e afirma que a remoção ocorreu conforme o previsto.
“Presidir a Europa sim, apagar a identidade francesa, não!”, escreveu no Twitter Valerie Pecresse, a candidata conservadora dos republicanos. Pesquisas indicam que ela pode ser a principal adversária de Macron nas próximas eleições presidenciais, que ocorre este ano.
Ela pediu a Macron que restaurasse a bandeira francesa no icônico monumento de guerra. “Devemos isso aos nossos soldados que derramaram seu sangue por isso”, disse ela.
Le Pen
A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, classificou a remoção da bandeira como uma vitória. Um dia antes, ela ameaçou apelar ao Conselho de Estado da França para retirar a bandeira.
“O governo foi forçado a remover a bandeira da UE do Arco do Triunfo, uma bela vitória patriótica no início de 2022”, disse Le Pen. Ela afirmou no Twitter que uma “mobilização massiva” forçou Macron a derrubar a bandeira da UE.
Macron derrotou Le Pen em 2017, no segundo turno, por 66% a 34% dos votos válidos. Ele ainda não declarou sua candidatura, mas deverá concorrer novamente à reeleição em abril. A populista Le Pen já lançou sua campanha.
Pressão
O ministro francês dos Assuntos Europeus, Clement Beaune, que na sexta-feira disse que a bandeira ficaria por “vários dias” no Arco do Triunfo, afirmou que ela havia sido retirada conforme o planejado.
“Estava programado que a bandeira seria retirada neste domingo, não tínhamos estabelecido uma hora exata”, disse Beaune à rádio France Inter.
Ele disse que o governo não “recuou” e acusou os opositores de “perseguirem desesperadamente as controvérsias estéreis da extrema direita”.
“Não recuamos, não houve mudança de planos. Presumo totalmente que o destino da França seja a Europa”, disse Beaune, acrescentando que a instalação da bandeira da UE não substituiu a bandeira francesa, porque não era uma exibição permanente.