Oficiais de fronteira da França apreenderam o quadro “Cabeça de uma Jovem Mulher”, de Pablo Picasso, dentro de um iate que atracou no porto de Calvi, na sexta-feira (31), cidade da ilha de Córsega, sul da França.
Avaliada em 25 milhões de euros (cerca de 94,3 milhões de reais), a pintura foi declarada “patrimônio histórico de excepcional importância” por um juiz espanhol em 2013, que proibiu sua saída da Espanha. Na quinta (30), a alfândega de Bastia, município próximo a Calvi, recebeu um pedido de exportação da obra à Suíça, segundo as autoridades francesas, o que atraiu a atenção dos agentes aduaneiros.
O dono do iate Adix e da obra de Picasso é o banqueiro espanhol Jaime Botín, de 79 anos, neto do fundador do banco Santander. De acordo as autoridades francesas, ele não estava no barco de 370 toneladas e três mastros, que navegava com bandeira britânica, registrado no nome do banco espanhol.
O capitão do barco apresentou apenas dois documentos relacionados à pintura aos oficiais, um deles a decisão judicial espanhola que proibia “Cabeça de uma Jovem Mulher” de deixar o país.
Em maio, um tribunal da Espanha prolongou uma determinação judicial de 2013 que proibia Botín de transportar a pintura para o Reino Unido, onde ela seria leiloada pela Christie’s. Ao jornal inglês “The Guardian”, especialistas na obra do pintor espanhol descreveram “Cabeça de uma Jovem Mulher” como “uma das poucas pinturas feitas por Picasso durante o período Gósol, em que ele claramente foi influenciado pelo tecido da arte Ibérica”.
Em 2004, Botín deixou o cargo de vice-presidente do banco Santander porque queria “viver a vida”. Seis anos depois, colocou o iate Adix – apelido de sua esposa, Adela – à venda por 31,5 milhões de dólares. As autoridades francesas disseram que esperam por um pedido formal da Espanha para devolver a pintura ao país vizinho.