A Copa do Mundo do Catar acabou há mais de uma semana, mas as polêmicas seguem em alta na França e na Argentina, países que decidiram o torneio. As fortes provocações dos jogadores da albiceleste, que venceu nos pênaltis por 4 a 2 após empate em 3 a 3 no tempo regulamentar, têm incomodado figuras da política e do futebol francês, que já se manifestaram publicamente contra o que chamaram de excessos.
A principal figura sobre a qual recaem as críticas é o goleiro Emiliano “Dibu” Martínez. De perfil provocador, com direito a dancinhas após pegar pênaltis, o arqueiro do Aston Villa extrapolou o campo e enumerou episódios polêmicos desde o apito final. Relembre:
– O jogador simulou um pênis com o troféu de melhor goleiro da competição, no episódio que mais gerou polêmica até aqui;
– No vestiário, pediu “um minuto de silêncio por Mbappé”;
– Na comemoração do título nas ruas de Buenos Aires, segurou um boneco de bebê com a foto de Mbappé, insinuando ofensas ao jogador do PSG;
– Na recepção em sua cidade natal, Mar del Plata, afirmou que Tchouameni, que perdeu uma das cobranças, “se cagou todo” na disputa de pênaltis da final.
A revolta francesa perpassou o futebol e chegou à política. O presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel le Graet, chegou a enviar uma carta ao presidente da Associação Argentina de Futebol criticando a postura dos jogadores da equipe. Relembre quem se manifestou:
– Le Graet defendeu que o comportamento de Mbappé “foi exemplar” e disse não entender o que chamou de “excessos” dos argentinos. “Esses excesso são anormais para uma competição esportiva”, afirmou
– Amelie Oudea-Castera, ministra do esporte da França, fez críticas a Martínez, chamou-o de “patético”. “Me parece lamentável. Por mais que a nossa equipe da França tenha sabido perder com dignidade, a forma como a seleção argentina atuou depois da vitória não foi digna do jogo que vimos”, criticou
– O ex-zagueiro Adil Rami, campeão do mundo pela França em 2018, se exaltou e chamou Martínez de “o maior filho da p…” do futebol.
Na repercussão mais recente, o técnico espanhol do Aston Villa, Unai Emery, prometeu conversar com Martínez assim que ele retornasse ao clube. O técnico, porém, minimizou a situação e sinalizou que o assunto deve ser mantido no contexto de sua seleção.
Tentando traçar uma linha entre provocação e desrespeito, torcedores se dividiram nas redes. Os argentinos se defendem argumentando euforia e um estilo diferente de viver o futebol dos sul-americanos em relação aos europeus. Vale lembrar que a seleção brasileira foi envolvida numa polêmica com a mesma tônica de diferença cultural nas oitavas de final, quando o ex-jogador irlandês Roy Keane criticou as danças em comemorações, defendidas pelo então técnico Tite e por seus atletas.
Nas quartas de final, quando a Argentina eliminou a Holanda nos pênaltis, os jogadores da albiceleste também viraram alvo de críticas ao saírem em provocação aos holandeses após a vitória, em jogo que teve o recorde de cartões aplicados numa Copa do Mundo. Até Messi, normalmente comedido, se exaltou, envolvendo-se em discussão com o atacante Weghorst. Na época, o zagueiro Otamendi explicou tratar-se de uma resposta a provocações holandesas durante a partida. O técnico Lionel Scaloni também opinou, tentando encerrar a discussão.
“A partida se jogou como tinha que se jogar, tanto do lado da Holanda quanto do lado da Argentina. Em partida assim, há diferentes momentos e pode haver discussões. Nós sabemos perder e sabemos ganhar”, disse. As informações são do jornal O Globo.